Romance pós-guerra

"Querido, senti sua falta por tanto tempo... Mas, agora que você está aqui, tenho vontade de te deixar. Sinto te informar, mas saudade, você sabe, é uma coisa que nunca suportei e nesse período pós-guerra, a solidão me atacava, querido, e me maltratava loucamente. Olha, vou ser bem sincera, eu te amei todas as horas, desde o dia em que você me ofereceu a violeta que guardo até hoje dentro do antigo Fitzgerald, sim, aquele com o qual me presenteou na noite da nossa honeymoon, e continuei te amando até a tua partida para os campos, me deixando estagnada no portão dessa casa branca enorme. Só que agora, aqui, junto de ti, e te vendo dormir cheio de marcas severas do destino, e não estando preparada para te receber, querido, estou me esforçando para lembrar de tudo o que vivemos e te amar novamente. Posso te dizer ainda, meu bem, que a maior tristeza que tive foi quando li a carta que me relatava que tu não irias voltar mais. Meu pranto foi o maior do mundo e durante dias não consegui sequer sonhar. Mas, amor, o tempo é uma coisa que funciona e o destino ainda está lá, para funcionar. E não imaginas o bem que eu te quis quando te vi chegar, junto com a minha fé e a minha esperança, que logo me relembraram que EU não poderia mais ser a mesma, porque no meio de nós houve um tempo e um fato. Bem, não vou conseguir ir tão longe com essas linhas, que jurei ser uma despedida, mas, Amor, vendo-te assim, dormente, e não te amar, não sei se é possível. Então, prefiro dormir pois talvez eu consiga acordar de manhã e te dizer a verdade..."

[Querido, a verdade é que te amo, e mesmo que houvessem infindas guerras e a saudade quase me matasse, ou que houvessem mil generais, ainda assim, todas as vezes que tu voltaste, eu sempre voltaria a te amar.]

Aline S Silva
Enviado por Aline S Silva em 21/04/2010
Código do texto: T2209630
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