LOUCURA CONTROLADA

Loucura controlada ou iluminação? Muitos ao ler este texto não entenderão... outros até entenderão, mas não aceitarão.

Sei que palavras nem sempre são capazes de explicar com exatidão; e, como muitos dizem, este é um caminho que cada um precisa viver, para descobrir por si. Mas escrevo mesmo assim, porque dentro de mim há uma vontade imensa de dividir com todos – ou pelo menos tentar dividir – esta incrível descoberta, este presente tão grandioso que recebi.

Se ao final do texto você rir e achar que estou louca, divagando demais... quero dizer, meu caro amigo, que louco de verdade é aquele que passa pela vida adormecido, como um cego, como alguém que por dentro já está morto, mas que mesmo assim, continua agindo como autômato – igual um robozinho pré-programado, fazendo todos os dias as mesmas coisas sem nem ao menos saber porquê.

A minha loucura é diferente, é uma “loucura controlada”, e por estar sob controle, sou feliz. A loucura sem controle é o que faz sofrer.

Tudo começou com um sonho. As explicações que recebi eram tão simples... simples demais para acreditar que fossem verdadeiras. Depois vieram os livros, os filmes, outras religiões... e quando enfim entendi a real mensagem de tudo aquilo, achei o mundo tão sem graça e sem sentido... Confesso que houve momentos que desejei até não ter sido libertada (às vezes ser louco parece ser mais divertido).

O que descobri foi que a vida é apenas uma ilusão! O mundo como vemos e conhecemos, o mundo com o qual interagimos, é apenas uma ilusão criada por nossos cinco sentidos físicos: visão, audição, paladar, tato e olfato. Mas se você tentar usar seu sexto sentido vai descobrir o grande segredo de que estou falando... este segredo que é muito mais simples do que imaginamos.

“A vida é um mistério”, tantos repetem. Ora, meu amigo, não há mistério nenhum! Somos nós que estamos tão cegos com nossas convicções que não abrimos os olhos para a verdade que está bem à nossa frente.

Mas abrir os olhos para a verdade, num primeiro momento dói. A vida de repente parece tão tola! E inevitavelmente surgem as perguntas:

- Se nada é de fato real, porque continuar vivendo? Isso não seria perder tempo com as tolices impostas por esta sociedade cega e hipócrita?

- Se nada é real, porque continuar sofrendo pelos problemas? Afinal, eles não são reais mesmo!

- E os sonhos, metas e objetivos? Se são simples ilusão, por que continuar perseguindo-os?

Ante estas perguntas, confesso que tive vontade de desistir de tudo. De cair fora! “Para que continuar perdendo tempo com essa tola ilusão?” – eu me questionava. Mas foi então que “algo” falou mais forte dentro de mim:

“Se a ilusão foi criada, é porque deve ter algum objetivo maior que você ainda não está conseguindo ver. Pense nisso!”.

E a partir de então, me pus a buscar o entendimento de qual seria este “objetivo maior” – ou “quadro maior de Deus”, como prefiro chamar.

Nesta busca, me deparei com a máxima: “A vida é uma escola”. Já tinha ouvido tantas vezes esta frase, mas só então, pela primeira vez, ela fez um real sentido para mim. A partir daí passei a ver esta vida ilusória como uma escola preparatória para a realidade que ainda está por vir. E assim, entendi que é preciso permanecer nesta ilusão até aprendermos todas as lições; até que estejamos de fato preparados.

Mas confesso que a vida ainda me parecia sem graça... porém a voz interior insistia: “Aqui ainda é seu lugar, você não está preparada ainda para a realidade. Tem coisas a aprender, outras coisas a provar que já aprendeu...”. E isso me fez entender que apesar de não acreditar em mais nada desta ilusão física, aqui ainda era – e é – o meu lugar.

Posso dizer que a alegria e o entusiasmo só retornaram quando um dia, ao “acaso” – como se acaso existisse – me deparei com o termo “loucura controlada”. O entendimento destas duas palavras me devolveu a vontade de viver.

Mas enfim, o que é esta “Loucura Controlada”?

Para mim é “curtir” a vida, mesmo sabendo que ela é apenas ilusão.

Por que não “fingir” que ainda acredito nesta ilusão é devolver o entusiasmo e a alegria à minha vida? Por que não mergulhar novamente neste loucura, mas desta vez, mantendo-a sob controle?

Com a minha “loucura controlada” os problemas continuam surgindo, mas agora não me desespero mais, pois tenho a consciência de que tudo é apenas ilusão.

Mergulhada novamente na loucura do mundo, mas mantendo a mente sempre aberta para o que é real de fato, até as metas parecem mais fáceis de serem alcançadas. Afinal, se esta vida é ilusão, então tudo é possível, não é mesmo? Não é assim nos contos de fadas? Não é assim nos filmes e livros? Um mundo de faz de contas onde tudo é possível, por mais absurdo que seja?

Sendo a vida uma simples ilusão física, podemos ser exatamente aquilo que quisermos! – desde que estejamos despertos o suficiente para fazermos nossas próprias escolhas; lembrando sempre que ao menor vacilo, a um simples “cochilo”, será a vida que decidirá nosso caminho por nós.

Agora sou feliz novamente. Finjo que acredito, e vivo! Mas mantenho a consciência de que nada é real; ou seja, mantenho minha loucura sempre sob controle. Pobres daqueles que não têm esta consciência e pensam que tudo é verdade, eles vivem e sofrem por sua própria loucura.

Cegueira nunca mais! Sofrimento pelo que não é real? Nunca mais! Voltar a viver desta maneira é que seria uma verdadeira loucura! (pena que tantos vivam assim).

Mas, desistir da vida só que porque descobri que ela não é real? Claro que não! “Loucura controlada” é a solução!

Parabéns, você está quase chegando ao fnal das minhas “divagações”. Você está achando que sou louca? Sim, sou louca sim. Mas... “mais louco é quem me diz!”

Cada ser humano tem seu momento de despertar, seu momento de entender, seu momento de abrir os olhos e de fato enxergar... e esse momento certamente vai chegar para todos. Mas enquanto não chega...

Viva à loucura de cada um! Viva à vida!

E viva à minha “loucura controlada”!

Considerações Finais:

- O filme Matrix tentou explicar tudo isso. Lembra? “A colher não existe”. Só agora eu entendo.

- O filme “Avatar” tentou explicar tudo isso, principalmente na cena em que “Jake”, tão integrado à nova vida no corpo do avatar, comenta que já não sabe mais qual é a realidade verdadeira: se é no corpo do avatar ou se é no seu corpo humano.

- O livro “Roda da Vida” de Castañeda também fala disso.

- Vários outros livros que li relacionados a espiritismo, gnose, xamanismo e outras religiões, tentam explicar tudo isso.

* A bondade e caridade pregada pelas religiões é na verdade o desprendimento da ilusão terrena.

- Buda tentou explicar isso ao falar sobre se tornar “iluminado”. O iluminado tem consciência de que a vida é apenas ilusão, e por isso pode se libertar da roda das encarnações – ele está curado da loucura.

* Jesus, meu Mestre maior, a quem deposito toda minha confiança, fé e agradecimento; veio ao mundo para tentar explicar tudo isso aos homens – é o que EU acredito. Mas como falar a homens que não tinham preparo ainda para entender estas coisas? “Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça!”, dizia o Mestre.

Não, os homens não o “ouviram”, não o entenderam... NÓS não o entendemos, mas Ele continua a clamar ao coração de cada um.

“Só Jesus pode nos salvar”, frase bem conhecida. Acredito que esta “salvação” signifique o mesmo que “iluminação”. Só Jesus pode nos salvar da ilusão material. Só Jesus pode nos iluminar e libertar desta vida ilusória que estamos inseridos e acreditamos ser verdadeira. * Só Jesus pode indicar o caminho que nos leva à vida real.

Através deste texto, eu também tento explicar o “segredo”, que como falei antes, não tem nada de misterioso; na verdade é simples demais.

Será que eu vou conseguir? Provavelmente não! É preciso vivenciar experiências que levem cada um a entender... Então, o máximo que faço é plantar uma sementinha, e no momento certo seus olhos também se abrirão.

Uma vez desperta, direciono a mim mesma a pergunta final:

“Será que EU vou conseguir me manter desperta todo o tempo? Ou vou recair na ilusão e perder o controle da minha loucura?”

Este agora deve ser meu maior esforço, e como guerreira, pretendo trilhar este caminho e encarar esta batalha contra meu próprio véu de ilusões.