Carta ao meu (ex) Amor

Carta ao meu (ex) amor II

Certa Vez pensei que o amor que sentia e a vida que vivi ao lado do homem que muito amei seriam eternos... Mas como já dizia Vinicius de Moraes: “que seja infinito enquanto dure.” Sim, esse amor chegou ao fim. Depois de vinte anos de casamento, depois de dois lindos filhos ela, hoje com dezenove anos e ele com oito. Mais precisamente na data de vinte e sete de agosto de dois mil e oito completaríamos vinte anos, terminou dois meses antes dessa data, já se passaram dois anos desde então, e só agora tive coragem de escrever estes fatos, não foi fácil aceitar, não foi fácil suportar a ausência do ser amado, pior ainda quando somos trocados por um novo e recente amor, essa é no meu ponto de vista a pior forma de se dizer eu não te amo mais, não quero mais compartilhar tudo que já tínhamos compartilhado, cansei de ti... Quanto!Mas quanto nos engana?Chegamos a um ponto de consciência tal, que não conhecemos na verdade àquele que convivemos por longos anos. Tem quem diga, que é só na separação que temos a oportunidade de vermos com quem estávamos casados, a quem amávamos... De fato essa conclusão chegou às duras penas depois de vários meses confinada numa depressão, que minha psicóloga chamou de período de luto,onde nada era belo,onde nada me agradava,onde só o que me agradava era meu quarto,minha cama,e nas noites infinitamente longas umas doses de uisque,não havia pela manhã a vontade de acordar,tão pouco ir trabalhar,era tudo robotizado,sem a sã consciência do que realmente fazia ou do que se passava.

Perdi tantos quilogramas, dias e noites nesse período do tal luto,mas era necessário passar por isso,essa dor era a minha cura,o meu renascer,o meu acordar daquele infantil sonho de fadas,que minha própria psicóloga definiu que aos trinca e cinco anos ainda vivia,passaram-se algum tempo até que eu firmasse na vida, de então,mãe,profissional,mulher separada.Cheguei a pensar que não havia mais beleza nessa mulher,que não havia mais desejo ou sensualidade capaz de atrair novos olhares,enganei-me friamente nesses pensamentos normais de uma mulher traída e deixada por outra,a outra não vem ao caso,não mais... Dei a volta por cima!

Hoje com meus conclusivos trinta e sete anos bem vividos,cheios de uma vida bem vivida,enquanto durou,mas porém,com muita experiência e com muito mais ampla visão do que podemos e queremos diante dum futuro que podemos e devemos construir,não tenho mais magoas,não sofro mais por esse amor que terminou,amo sim meus filhos,tenho amor próprio,que havia esquecido,ou perdido,amo minha profissão,amo poder escolher os novos relacionamentos,agora com mais critérios.Não sinto saudades,não sinto falta,e nem mesmo me pego a lembrar do que passou.É como se os quase vinte anos não foram vividos por mim.

Você deve estar se perguntando... E será que ela tem um novo amor?

Sim,Tive alguns amores nesse meio tempo,mas nada que quisesse que fosse duradouro,eterno.Tive novas experiências maduras,mas não encontrei “a pessoa errada” como diz Fernando Pessoa.Sim a pessoa certa é àquela que é totalmente oposta a nós.Estou apaixonada por mim,conhecendo-me,quem sabe assim,conheço a pessoa errada,estou a trilhar esse caminho sem pressa...

Agora que estou comigo e não com o ex-amor ele pensou melhor e quis voltar,mas agora quem não quer mais completar os tais quase vinte anos sou eu... Essa página eu já escrevi,já virei,estou a escrever as novas páginas da minha vida... Acompanhe!

Ana Cristina Silveira
Enviado por Ana Cristina Silveira em 24/04/2010
Código do texto: T2215976
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