SAUDADE DA CANETA DE TINTEIRO E DO AMOR PRIMEIRO

Redigia com caneta tinteiro entre os dedos

Com a mão a pena coordenava.

Cada movimento com traço dourado.

Em palavras ternas mergulhava.

Escrevia a luz de vela

Energia não tinha, outrora...

Lampião ou lamparina luz bela.

Mandava carta que ia e vinha sem demora...

Entregava a carta em mãos

Combinava tudo de coração.

Ou marrava com uma fita na roseira.

E de lá vinha e deixava na laranjeira.

Com as mãos cheias de pedrinhas.

Para avisar quando nova cartinha vinha.

Era muito divertido.

E nós mais do que amigos.

Palavras de amor para lá

Ternura para cá.

Quando a pedrinha caia no chão;

O coração dava pulos de emoção.

Sinto saudade daquele tempo querido

E do primeiro amor correspondido.

Hortência Lopes

Hortência Lopes
Enviado por Hortência Lopes em 10/06/2010
Reeditado em 16/09/2014
Código do texto: T2312085
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