Carta de Amor

Todas as cartas de amor são ridículas

Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas

Álvaro de Campos

Oi Amor,

Que coisa estranha não? É a primeira carta que lhe escrevo e já me encontro sem palavras. Não que eu não tenha o que dizer, mas talvez seja porque ainda não tenho coragem, sendo assim, permaneço-me calado e apenas escrevo o que qualquer outro escreveria.

É estranho também a sensação de escrever uma carta pra quem falo todos os dias. Que assuntos seriam novidades? O que poderia eu escrever sobre mim que já não saiba? Como te comover com letras rabiscadas se com voz de sinceridade não consegui? Resta-me apenas uma alternativa: escrever o que ainda não lhe disse, relatar o que não lhe narrei, aproveitar que não irá me ouvir gaguejar e lhe revelar alguns dos meus novos segredos.

Embora isso pareça o mais provável, creio que essa carta só se validará se nela eu escrever aquilo que você quer ouvir. E se for assim eu digo de coração que...

Bem, você deve saber que não é de uma hora pra outra que essas coisas acontecem. Nenhuma tempestade cai do inesperado. Tudo requer tempo. Tempo... Alexandre Pires cantaria:

Maldito o tempo que se acaba quando estou contigo.

Maldito, maldito...

Se olhar por esse lado ele é maldito mesmo. Mas o tempo para mim é como aqueles crentes de igreja pentecostais, vive revelando!

No nosso caso é ele quem vai nos mostrar se seremos grandes amigos, daqueles de confidências e de confiança, ou se seremos felizes para sempre lado a lado. Confesso que a segunda opção é a que mais me agrada, ainda que a primeira não deva ser descartada.

O resultado então, depende de nós, depende também do que o tempo vai aprontar conosco daqui por diante. E depende, sobretudo, do que Deus quer de nós.

Lá vai minha foto – razão principal da carta – e espero que ela não quebre o encanto da voz. Se me achar feio isso não é novidade, é que não sou nada fotogênico, mas posso garantir que pessoalmente... sou muito melhor!

Mande-me a sua foto e seus comentários, não demore a me responder e saiba que não vejo a hora de podermos nos encontrar!

Beijos, meu Anjo.

Do Seu

Tiago Mota
Enviado por Tiago Mota em 17/07/2010
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