Pequena carta para meu velho (Via Céudex pra chegar ligeiro)
Ei, meu velho!
Hoje eu acordei com uma vontade doida
De te dar um abraço
Ando numa insônia danada e quase não tenho tempo
Pra sonhar contigo meu pai
Faz tempo que não andamos juntos, ali pela Rua Direita
Xavier de Toledo, e outras mais...
E o senhor me falando de como minha mãe
Sente a minha falta
Ainda posso ver lágrima nos seus olhos
É, já sei, vai mudar de assunto
E comentar como sempre sobre aquela musica
A sua musica
“Sentado a beira do caminho”
Lá se vão mais de trinta anos meu velho
O senhor devia ter a idade que eu tenho hoje
É, eu, pela distancia que tanto nos separou
Não levava o menor jeito para chamá-lo de PAI, lembra...
Ai a gente passava lá no Mappin
E comprava sempre o Compacto Simples do Erasmo
Hum! Continua pensando na mãe né meu velho
E o Sólon, o Paulo e o Ari... E minhas irmãs
É velho, eles nem imaginam que continuamos nos vendo
Depois, a Bahia fica tão longe heim pai
E o senhor, volta pra lá hoje ou amanhã?
Bem que eu queria ir
Mas, infelizmente a vida não quis e não quer assim não é
Tudo bem! O importante é que estamos todos bem
Eu e os manos agora nos comunicamos pela Internet meu velho
Não é do seu tempo... eh, eh...
Ah! Meu Pai, o sono ta chegando
E antes que eu não consiga sonhar com o senhor
Deixa eu te dar um abraço e um beijo
E quem sabe, daqui a pouco não nos vemos de novo meu velho
Tchau Pai! Sua benção!
E até daqui a pouco, se Deus quiser...