QUANDO O VERSEJAR É UM PALÁCIO LUMINOSO (p/ Calliope)

Quando versejar é um Palácio Luminoso

Quando é festa de encantamento e luzes.

Toda uma hoste esfomeada se aproxima.

Uns pelo que a luz faz aos seus olhos

Outros por cegueira, ou fome moral

Ou a estupidez com que se veste, ou se despe.

Assim carentes do belo, maltrapilhos de si

Farrapos desenfreados armados até os dentes

Valem-se de expedientes escusos, sombrios

Tramam assaltos, organizam impropérios

Mas devoram-se sozinhos, comem da própria carne.

A poesia, entretanto baila a sua leveza nos versos

Ou banha-se linda e esplendorosa em águas cálidas.

Lava-se dos pegajosos miasmas da inveja acre.

Como ave rara, despeja polens sobre a terra fértil.

Indiferente aos aguçados pela carência torpe,

Faz-se Caritas a distribuir luzes às mãos

Pedintes e sofridas

Estendidas no caminho, .