Dorme medo meu.

O que fazer com esse medo que só de pensar em não mais tocar sua face, molhar meus lábios com a tua saliva, acariar seus cabelos, olhar nos teus olhos negros que num fitar penetram minha alma e me traz toda tranquilidade necessária para o momento, já me desarmo de todas as ofensas que quisera eu que não fosse apenas da boca pra fora. E o que fazer com esse instante que chega a ser utópico e me escapam as palavras para descreve-lo mas que compensa dias a fio de sofrimento por saudades tua meu amor? Ha! Como eu queria poder voltar a esse pretérito imperfeito e não cometer mais nenhuma loucura que dilacerava teu coração e deixava o meu em pedaços quando depois de tanto tempo tu me dizias que tu ficara em trapos. Por dias e noites desejei mil vezes te odiar, mas quando olho para trás acabo por odiar a mim mesma devido a esse remorço que carrego por não conseguir não ceder as minhas loucuras. Mero devaneios chegam a noite para me torturar e então saio em busca de algum acalento, apenas para tentar odiar o jeito que me olhas, a forma que me toca, tão profundo... As palavras que não saem dos teus lábios mas que são ditas pelo silencio dos teus olhos e acompanhada pelos movimentos dos teus gestos, e pior ainda, pensamentos meus que estão mergulhadas em orgulho que não messo de palavras que não digo. E a única coisa que encontro... apenas copos cheio de embriaguez que se transformam em lágrimas e fumaça de cigarros que queimam a tua ausencia e a minha alma. Retorno então para o lugar de onde vim, Desejo os braços da solidão neste momento porque sei que é lá que sempre te encontro, tento adormecer meu medo para que assim fiquemos a sós.

Vanessa Missena (psicopoetisaa)
Enviado por Vanessa Missena (psicopoetisaa) em 22/11/2010
Código do texto: T2630417
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.