Eu te amo não é "bom dia"!

É impressionante como que com poucas semanas, as pessoas já declaram amor, fazem juras de amor eterno, declarações pra quem quiser ver e ouvir. Ainda mais nos meios digitais, flogs e orkuts. Efêmeros “eu te amo”…

Tudo bem que quando se tem 15, 16, 17 anos, você realmente acha esse amor todo... Mas quando você ultrapassa essa idade as coisas mudam de visão. Falar “eu te amo” toma uma dimensão muito maior. Quando você diz que ama alguém, quer dizer que admira absolutamente tudo naquela pessoa. Você ama as qualidades positivas, mas, principalmente, conhece as negativas e mesmo assim continua amando. Sabe aquelas coisinhas irritantes em qualquer pessoa do mundo? Pois é, na pessoa amada elas são coisinhas irritantemente lindas.

Amar não é ser cego, mas é saber que ninguém é perfeito pra ninguém, que todo mundo é passível (e como!) de erros, e que mesmo amando de verdade alguém você não está livre de magoá-lo. E acho que no fundo, tudo se baseia nisso: magoar e ser perdoado. Porque perdoar alguém que te machucou de verdade, ah, isso sim é amor.

Amor não aparece do nada, e nem vai embora do nada. Amor é quando você sabe dos defeitos da pessoa e mesmo assim quer continuar junto. É quando você começa a pensar no plural, o singular não existe mais. É quando você pára de sonhar e começa a realizar. Amor se conquista. Amor se aprende, é um exercício constante.

Porque dizer que ama é fácil; difícil mesmo é provar. Tudo isso tem de ser conseqüência. Amar é cuidar quando a pessoa fica doente, assistir aquele filme chato com cara de feliz, é olhar nos olhos e já saber o que a outra pessoa está sentindo, é sorrir só de vê-lo sorrindo, é abraçar e dar o ombro pra chorar sem perguntar absolutamente nada, é brigar feio e mesmo assim ainda querer ficar junto.

Acho que você nunca deixa de amar uma pessoa. Quando um relacionamento termina, não é porque você nunca a amou (entenda aqui que estou me referindo a relacionamentos e amor de verdade). Mas é porque o amor se tranformou em algo diferente, como amizade. Amor de verdade não desaparece. E não apenas o amor romântico, mas todos os tipos de amor, especialmente a amizade.

Proponho agora um movimento. Vamos lutar contra a banalização do “eu te amo”. Porque “eu te amo” não é “bom dia”!

Ludmila FSCJ
Enviado por Ludmila FSCJ em 09/12/2010
Código do texto: T2662056
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