POR QUE CALAR A MINHA LIRA? (com Di Matos)
Se os versos derramados te cheira a sexo
E se estes estão perdidos no espaço
Poetar o jogo das palavras apesar de lúdico
É um perigoso instrumento de lazer.
E porque ao fazê-lo carecia de nexo.
Sem ressonância ou cumplicidade
Contraditório, inflamado e impudico.
Melhor jogar o jogo do jogo
A querer das rimas mais do que sinceridade.
Ao cantar, minha Lira rimas queria trocar
Elegendo uma Musa, versejando contornos
Dando clímax, inquietude, inspiração.
Mas, as mãos que palavreiam precisam tocar.
Sentir no toque o corpo e seus adornos
Fundir relevos e não palavras de uma canção.
Se ao cantar firo a Musa dos teus encantos, não canto mais.
Deixo jogado o cantar num canto, emudeço a lira.
Nem Musa, nem rimas, nem Lira, nem mais cantar.
Nem troca de versos, nada que te ponha com os pés atrás.
Rezas de conjurar os demônios ou folhas de tolher a ira.
Amuletos propiciatórios de proteção, figas de alho, patuá.
Não bebi da amarulla nem sei dos lábios o sabor
Saberes não sabidos nem sabores saboreados
Teci palavras aguçantes aos desejos reprimidos
No jogo poético de rimas e brincar de amor.
Ah! Como me penitencio com amargor...
Pelo meu cantar, rimas sem Musa da minha Lira.
Moinhos de “Quixote” em versos perdidos.
A amarulla, os lábios, os beijos e as coxas.
Temas de rimas do jogo poético
Perigo eminente para o corpo e não d’alma
Por que é acima e imune ao sal ou açúcar.
Como cantar é uma atribuição da minha Lira
Ainda que não teça versos à Musa, e emudeça
As rimas, o cantar e os versos desconexos sairão.
Teimarão em dançar ao toque poético que os inflamam
Brotando sinuosos do cantar da Lira, como devaneios
Espalhando-se ao vento, perfumando desejos e sonhos
Acordando emoções e sentimentos,
Incendiando paiós e paixões.
Cara DI MATOS, BELOS VERSOS QUE ACRESCENTO AOS MEUS. Quanta beleza e sensibilidade me aposso ao postar teu texto. Obrigado, e muitos xeros(vc que é baiana sabe como é) Ghuma
Tua LIRA
Nunca cale tua lira
Nem te desvies da meta
Os perigos são eminentes
O caminho não tem mais volta
Não tem mais jeito
Os saberes e os sabores não saboreados
Já adquiriram gosto
Que seja um gosto amargo,
Mas que tenha um.
O calor do fogo, o gosto do pecado.
Já experimentastes,
Já está gravado
Com gotas de ouro em superfície epidérmica
Tudo gira como o vento
Sensações e emoções giram em versos perdidos,
Em redemoinhos...nos moinhos de “Quixote”
Nos instrumentos poéticos
Di Matos