RASTRO DE PERFUME
Os olhos fechados vêem a boca desejada a tocar a vulva.
A mão que encerra todo o outro corpo, tão presente atua.
Penetra o aconchego sedoso do lençol amassado de desejo
E arranca em soluços o orgasmo retido no vazo dourado
Empunha então a ampola que alivia o desespero do vazio
Derrama-a sobre os cabelos suados em banho de prazer
Uivando em versos os gemidos abafados de fêmea no cio
Rasga nos dentes os travesseiros, testemunhas silenciosas.
O amor que chega companheiro no perfume da brisa morna
Presença a invadir a janela aberta da imaginação sedenta.
Deita-se manhoso no leito e a toma febril em seus braços.
Envolvente como um agasalho a cobre de beijos delirantes
E os corpos se completam na alcova da mente sonhadora.
E vai embora deixando uma rosa vermelha no lençol suado.
Rastro de perfume...