A lembrança e o adeus

Percebo agora, depois de muito tempo, que você não é esse anjo que acreditei que fosse. Custei para acreditar que o que você sentia por mim era menor do que o eu sentia por você. Como isso aconteceu acho que nunca saberei, e não vale a pena saber disso agora.

Você me enganou sem precisar me enganar, talvez quisesse apenas me usar, sei-lá, eu não te culpo, a culpa é toda um minha que te amei com um amor que você nunca mereceu, amar foi meu erro, te perdoar foi o jeito que encontrei de me perdoar também.

As lembranças você pode guardar ou esquecer, pode ficar com tudo, se quiser, chega de tentar me enganar, chega de desculpas, foi você quem quis assim, não eu. Vá agora e não se esqueça que quando te amava você não estava nem aí pra mim.

Perfidamente você disse que gostava de mim e agora me chama de louco, não minha amiga, quem se fez passar por um anjo não foi eu, às vezes você parecia ter medo de mim ou, de por acaso eu descobrir que tudo que você fazia por mim, quando fazia, era exclusivamente por interesse. Por isso vá agora olhe para trás, diga adeus que eu te direi: nunca mais!

Falsa, cínica, perversa, por que me iludiu? Onde ficou aquele carinho todo que tinhas por mim? Por que mataste aquele anjo que tanto amei, teu crime não tem perdão! Não quero mais ouvir seu choro, bebe você mesma suas lágrimas que eu por muitas vezes tive que engolir, chega de mentiras, chega de chorar, eu vou embora e não vou mais voltar, não adianta insistir. Sei que no fundo você não se importa comigo, mas e daí? O mundo não para por causa disso, porém eu sei onde nós vamos parar, você no hospício, e eu, bem eu, você sabe pra onde vou...

Adeus!