Sem ti Poesia! Não há poesia.(p/ clara lee)
Silêncio...
Um vazio repleto de coisas.
Muito mais do que cabe a vasilha.
Implode ao tentar acomodar
Urros e gritos no silêncio.
Que dizer deste Parnaso neste momento?
Quando uma tenra planta não mais se vê na paisagem deste Jardim? Como o Édem sem a macieira.
*** ***
Travo a língua como travo de caju.
Os versos que bailaram à brisa
Repousam agora em solo seco e nu.
Sem voz, sem leitura, sem partilha.
Céu rasgado em tiras de papel
Arrancadas poesias que o estrelavam
Sem os versos nem mais é céu
São só tiras inertes, sem sopro. Ao léu.
Se tua dor doía em mim em reflexo
Química de almas, simbiose apenas
A revelar na tua, a minha dor
A ausência de ti me faz ausente de mim
Sem poesia, sem a voz, sem encanto.
Sem ti Poesia! Não há poesia. É o fim.
*** ***
A tua partida é um estado entre o sólido e o gasoso.
Espaço entre o sentir e o que sentir agora.