Meu querido amigo,
Estou te escrevendo para informa-lhe que será um pouco difícil escrever a resenha que pediu-me sobre o livro "A morte e morte de Quincas Berro D`Agua" pois o tema não me atrai nem um pouco - a morte. Sim, sei que está falando para que eu componha um texto formal, nos moldes técnicos de uma resenha pelo fato de falar tão bem sobre o livro. Mas não acredito em morte e nem gosto de como ela é tratada pelos vivos, tão egoístamente.Também sei que não é para entrar neste âmbito da questão, ou será que é? Afinal, o personagem, é tratado por ser autor, Jorge Amado, de uma forma peculiar, quando vivenciamos na leitura três mortes possíveis a uma pessoa. A moral, quando é dado por morto pela família, a real, quando morre de fato, e aquela almejada, quando, junto aos amigos embreagados , o defunto ainda tem uma última aventura, e decide por dar ele mesmo um fim nas aguas do mar, como diz os amigos.Sim, é muito interessante a abordagem do autor.
Eu creio que não foi Jorge Amado mas sim Gabriel Garcia Marques que disse uma vez que temos um cemitério dentro de nós, e continuamos a dar "Bom dia" e sorrir para algumas pessoas e mal sabem elas que já estão enterradas neste cemitério particular.Quem será que não tem?
Ah, e estes enterros convencionais onde até as pessoas que desaprovam a forma vivida pela pessoa mas estao lá a chorar?
Deveriamos ter um enterro ideal da forma como vivemos e ao redor daqueles que realmente amamos, como naquelas festas que nos trás contentamento.
E não esqueça, no meu enterro não quero choro nem velas, nem tampouco orações! Você já sabe a música que quero que toque e podem passar um video para o pessoal, daquele filme que tanto amo! Se não for assim volto para puxar teu pé!
Beijos!
Carinhosamente,
Aninha
Obs:Como esta carta foi mandada por e-mail e não pela via tradicional e resposta veio em alguns minutos:
Aninha,
Escreve logo esta porcaria de resenha pois estou precisando, e para de enrolação. bjs. Edu
Este texto faz parte do Exercício Criativo "A morte e a morte de ..."
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