Desabafo > Loucura > Surreal

Estou sentada diante do computador tentando escrever algo sobre você, sobre nós...

Relendo antigas mensagens e outras nem tão antigas assim, percebo como tudo sempre trabalhou a nosso favor. Não apenas o tempo, que nos afastou e que nos aproximou nos momentos mais oportunos, mas também nossas confusões e confissões.

Quanta intimidade é possível conseguir tendo entre duas pessoas uma tela fria de um computador???

Tela fria... E eu sempre imaginei seus abraços...

Tela abstrata... E eu sempre sonhando com o som de seu sorriso, ESSE seu sorriso...

Uma amizade que o tempo(?) encarregou-se de mudar... Ou não. Quanto dessa amizade mudou ou vai mudar com o tempo? Será que mudou? Será que vai mudar?

“Tudo muda o tempo todo”(?), inclusive o Coração.

Quando o destino nos separou, acabou por nos unir ainda mais. Talvez fosse essa a intenção.

Creio que se isso não tivesse acontecido nada teria sido tão bonito quanto foi.

E como foi!

Músicas, bebidas, adoráveis conversas... Abraços, colos, carinhos... Clarear do dia... Promessas cumpridas... Desejos saciados(?)...

Até que ponto viver tudo isso foi bom? Até que ponto foi REAL, ou quando deixou de ser apenas ilusão??

Foi PERFEITO!

Foi algo que deveríamos ter nos permitido?

“Vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir...”

Foi o que fizemos... Nós nos permitimos...

Não me arrependo de nenhuma palavra dita ou não... De nenhum gesto.

Toda a saudade que sinto agora é real. Saudade de momentos que vivi, de palavras que falei e que ouvi... Do beijo e do perfume que senti.

“Agora o que resta é toda essa distância... sólida e real. Matéria-prima dessa saudade(...) sincera.”

Foi tão bom que mesmo depois de quase uma semana, ainda vejo-me lembrando de tudo.

Uma “Rasura” que foi feita... Como “o primeiro original do mais lindo poema”. Poema que escrevemos juntos há alguns anos, mas só agora vem à tona. O momento veio a calhar, já que ele traduz tudo o que sentimos depois desses últimos dias.

O tempo não volta... Ele sempre segue seu caminho...

Não há resposta... “A rasura que foi feita, foi perfeita na sua hora”. E quantas mais caberão em nosso poema? Quantas rasuras caberão nesse dueto que iniciamos a escrita em nossos Corações?

Não importa o que venha a acontecer, meu Coração continuará intocado... Espero que o seu também.

Não é possível escrever se não há inspiração (não para mim, que só sei escrever o que sinto), mas depois de um final de semana perfeito, depois de uma semana mágica e assistir ao amanhecer inspirador de dois dias... Depois de estar tão cheia de inspirações e motivos e sentimentos... Depois de viver aventura(s) e romance... Depois de realizar um sonho e cumprir uma das promessas... Depois de viver um turbilhão de razões, emoções, pensamentos, sentimentos... Onde estão as palavras que tento colocar no papel em forma de poesia? Onde está toda essa inspiração que, mesmo em demasia, me bloqueia o mais louco e sincero desabafo?

Loucura? Talvez...

Não existe lógica em nada que seja feito pelo coração, correto?

Ou talvez haja razão, mas o Coração desconheça...

“...Me desculpe, ou melhor, não.

Me abraça e comemora.

A rasura que foi feita

Foi perfeita na sua hora.

E mais que o mais que perfeito

Rasurar valeu a pena

Como esteve rasurado

O primeiro original

Do mais lindo poema.”

Trecho da música Rasura (Oswaldo Montenegro)