Carta abeta ao Deputado Zequinha Marinho

Carta abeta ao Deputado Zequinha Marinho

Parece que estamos vivendo uma onda de preconceito, aonde a moda é tirar direitos de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Travestis, os direitos são tirados, os deveres não!

Agora, com um projeto lastimável, o Deputado Zequinha Marinho (PSC-BA), propôs um projeto( 7018/10) que proibe definitivamente a adoção de crianças por casais homossexuais, em entrevista ao portal R7, o Deputado fez as seguintes argumentações:

R7 – O Brasil não estaria dando um passo para trás adotando essa medida enquanto países desenvolvidos garantem mais direitos para os gays?

Zequinha – Esse tipo de desenvolvimento não desenvolve o Brasil. Para nós isso é um retrocesso. Isso não é desenvolvimento, isso é atraso, isso é retrocesso no comportamento de uma sociedade. Países desenvolvidos como a Holanda e outros mais estão hoje perdidos sem saber para onde vão. Esse tipo de desenvolvimento não interessa à sociedade brasileira.

R7 – O que motivou o senhor a propor um projeto de lei que proíbe a adoção de crianças por casais homossexuais?

Zequinha Marinho – Exatamente algumas decisões judiciais que estavam se aproveitando de um vazio jurídico principalmente o Eca, que não definia isso, e dando ganho de causa para casais homossexuais.

R7 – O senhor não teme que a sociedade civil proteste contra seu projeto?

Zequinha – Normal, isso faz parte do jogo da casa. Não tem problema nenhum. Se eles se acham com direito, assim nós nos achamos no direito de proteger a sociedade desse tipo de coisa. É mais do que legítimo. O direito da maioria sempre vai prevalecer sobre o direito da minoria

Então Caro Deputado, estender a possibilidade de um lar a crianças, simplesmente por seus pais serem do mesmo sexo é um retrocesso?

A sua lógica é tão “ilógica” que vai contra as estatísticas.

- 1999: Dinamarca permite a homossexuais ligados por união civil a adotar o filho de seu companheiro ou companheira; o direito de um casal gay adotar em conjunto uma criança é aprovado em março de 2009.

- 2001: Holanda se torna o primeiro país europeu a autorizar a adoção por casais gays de crianças sem relação de parentesco.

- 2001: Alemanha autoriza um membro do casal homossexual a adotar o filho biológico do outro desde que haja união civil.

-2002: Suécia legaliza a adoção por casais homossexuais desde que haja união civil.

-2002: Na Austrália a adoção por casais homossexuais foi permitida no estado de Western

- 2005: Inglaterra e Gales permitem que casais gays adotem crianças. Medida seguida no mesmo ano pela Espanha.

- 2006: Islândia aprova lei que permite a adoção por casais homossexuais com relação estável de mais de cinco anos. Bélgica adota medida semelhante no mesmo ano.

- 2008: Noruega legaliza tanto a união civil entre homossexuais como a possibilidade de adoção de crianças.

Estes países que o senhor chama de “perdidos” possuem o melhor índice de qualidade de vida em todos os sentidos ( IDH ), o menor índice de violência, o melhor índice de igualdade de gêneros e de educação, mas me parece que isto não é o que importa para o senhor, a sociedade brasileira precisa dos bons costumes ensinados pela religião e não os provados pela ciência. A Religião é tão saudável que matou milhões em nome de Deus, que hoje promove a segregação e desigualdade, a separação de gêneros, de raça, etnia e promove guerras. A sua proposta vai contra a ciência, vai contra as ciências sociais e contra as ciências Psi. ( Psicologia, Psicanálise, Psiquiatria ), vamos a uma breve apresentação sobre o que a ciência diz a respeito de crianças criadas por pais do mesmo sexo.

Estudo prova que crianças de casais homossexuais crescem normalmente

“Problemas de identidade sexual, discriminação, depressões: ministra da Justiça prova que se tratam de mitos. Convencida de que casais homossexuais podem ser bons pais, ela cobra do governo que legalize a adoção por gays.

Crianças criadas por casais homossexuais não sofrem quaisquer desvantagens em relação às que crescem em famílias clássicas. Este é o resultado de um estudo encomendado pela ministra alemã da Justiça, Brigitte Zypries, e divulgado nesta quinta-feira (23/07).

“Homossexuais não são piores como educadores”, disso está convencida a política social-democrata. Em consequência, ela insta os parceiros conservadores da coalizão governamental a aprovarem a legislação que permite a adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Até agora, para estes só é possível na Alemanha a adoção de enteados.

Calcula-se que pelo menos 6.600 crianças crescem em “famílias arco-íris” (com dois pais ou duas mães). Dessas, cerca de 2.200 em lares formados por parcerias homossexuais registradas (o chamado “casamento gay”), a grande maioria delas entre mulheres.

Desmentindo preconceitos difundidos, a ausência de um pai (ou mãe) parece não ser obstáculo à formação da identidade sexual. Tampouco os menores se tornam automaticamente homossexuais.

Pelo contrário: “As crianças estão, no mínimo, tão seguras de seu próprio papel sexual quanto as outras, se não um pouquinho mais”, assegurou a vice-diretora do Instituto de Pesquisas Familiares da Universidade de Bamberg, Marina Rupp, encarregada do estudo realizado por encomenda do Ministério da Justiça e adquirível na forma de livro.

Destruindo mitos

Segundo a pesquisa representativa, na qual foram entrevistadas 700 crianças e seus pais, tanto o desenvolvimento da personalidade como o escolar e o profissional podem transcorrer de forma tão positiva quanto entre os filhos de uniões heterossexuais. Tampouco foi registrada uma maior tendência à depressão.

Entre os filhos, 53% afirmaram não ser discriminados devido à orientação sexual de seus pais e mães, o que foi confirmado por 63% dos responsáveis entrevistados. Quando ocorre, a discriminação se limita a atos de implicância e insultos. “As crianças se desenvolvem tão bem com dois pais ou duas mães quanto em outras formações familiares”, declarou Zypries.

Em face dos resultados da pesquisa, ela conclui não haver motivo para os legisladores alemães continuarem bloqueando a adoção por casais homossexuais estáveis. Pré-condição para tal seria a Alemanha finalmente ratificar e implementar o novo acordo europeu de adoção, que, diferentemente da versão de 1967, permite também a adoção conjunta por parceiros homossexuais.

“Ataque à instituição”

A ministra da Justiça sublinhou que, até então, as iniciativas por mais direitos para casais homossexuais têm sido bloqueadas geralmente pelos partidos conservadores União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU). Ainda assim, foram registrados avanços, por exemplo, quanto ao direito de herança.

A iniciativa de Zypries foi elogiada por diversas instâncias, entre elas os partidos A Esquerda e o Liberal Democrático (FDP). Segundo a Associação de Lésbicas e Gays da Alemanha (LSVD), “resultados contundentes como esses rebatem todos os argumentos de círculos retrógrados contra o direito de adoção conjunta para parceiros registrados”.

A associação de lésbicas e gays da CDU/CSU igualmente aplaudiu o estudo e a argumentação da ministra, mesmo contra as facções mais conservadoras de seus próprios partidos. A presidente da União das Mulheres da CDU, Maria Böhmer, acusou Zypries de querer “atacar a instituição do casamento e debilitá-la”.

AV/dpa/ap/epd

Revisão: Rodrigo Rimon”

Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4516551,00.html

Crianças criadas por lésbicas desenvolvem menos depressão

“Universidade de Copenhague revela um dado bastante interessante: mães lésbicas são melhores na criação e desenvolvimento dos filhos do que mães heterossexuais.

Ainda de acordo com o estudo, filhos de lésbicas tem menos possibilidades de desenvolver doenças psíquicas. A pesquisa concluiu que 5% das crianças de família heterossexual desenvolveram condições como depressão e anorexia entre 1992 e 2008, em oposição a 2% das crianças que foram criadas por duas mães.

Para Merete Lauberg, responsável do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Copenhague, a resistência em suas vidas seria a maior razão desta constatação em relação a pais homossexuais. A resistência torna as pessoas mais fortes e isto pode ser passado para os filhos. Outra resposta encontrada para tal constatação seria de que a mães lésbicas se esforçam mais para ter seus filhos, isso refletiria diretamente em seus filhos. O amor incondicional de pais e mães aos seus filhos deve ser levado em consideração independentemente do sexo e orientação sexual.”Fonte: http://www.servidorlocal.com.br/website/artigo.asp?cod=1592&idi=1&moe=84&id=10950

Crianças criadas por lésbicas têm menos problemas de comportamento

“As crianças criadas por casais de lésbicas mostram-se com menos problemas de comportamento. É o que constatou um estudo iniciado em 1986.

A autora da pesquisa, Nanette Gartell, fez uma análise dos filhos de 78 casais de lésbicas. O resultado foi comparado às respostas de crianças filhas de casais heterossexuais.

Os dados mostraram que os filhos de lésbicas apresentam competências superiores em níveis sociais e acadêmicos e menor tendência para problemas de agressividade e desrespeito a regras.

A pesquisa foi duramente criticada pela presidente de um grupo de mulheres seguidoras dos valores bíblicos. A presidente do grupo, Wendy Wrigth, disse que o resultado é duvidoso, já que o estudo foi financiado por grupos de defesa dos homossexuais.”

Fonte: da Redação do Toda Forma de Amor com informações da CNN

A função psíquica materna e paterna pode ser exercida por pessoas do mesmo sexo

“Um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo) revela que a criação e educação de crianças por casais gays não causa perda psicológica nos filhos – a função psíquica materna e paterna pode ser exercida por duas pessoas do mesmo sexo. As informações são da Agência USP de Notícias.

De acordo com o autor do estudo, o pesquisador Ricardo de Souza Vieira, a estrutura familiar e o desenvolvimento da criança não estão vinculados com a orientação sexual do casal, mas, sim, com o desejo de ser responsável por uma criança.

- As relações de responsabilidade dos pais e da criança com os adultos, que definem a estrutura familiar, não sofrem alterações. As funções psíquicas são o que realmente importam para o desenvolvimento de uma criança, e elas estão descoladas do aspecto anátomo-fisiológico do corpo.

Segundo ele, em um casal formado por homossexuais, tanto a função psíquica materna — mais próxima da criança e responsável por ensinar a linguagem e por cuidar e proteger com mais intensidade — quanto a paterna — que limita a proximidade da criança com a mãe e tem a função de determinar limites e leis – podem estar ou não presentes. Mas isso também ocorre dentro das famílias de casais heterosseuxais.

- As funções de parentesco são mais simbólicas do que biológicas.

Segundo o pesquisador, as crianças não sentem a necessidade de possuir uma mãe, do sexo feminino, e um pai, do sexo masculino, pois as funções psíquicas desses “entes” já estão sendo exercidas por duas pessoas do mesmo sexo.

- Não há regra geral, a criança costuma criar diferentes formas de nomear os pais, como: pai X e pai Y ou mãe X e mãe Y. Raramente uma criança chama um de “pai” e outro de “mãe”.

Segundo o pesquisador, a maneira como a criança percebe, valoriza e qualifica a realidade depende de como os pais transmitem sua própria maneira de entender essa realidade.”

Fonte: Gay1

Então caro Deputado, mais uma vejo posso ver nada mais, nada menos que um dispositivo religioso em sua proposta! Fundamentos obsoletos! Ignorantes, desprovidos de conhecimento científico, social, psicológico, a sua posição só mostra mais uma vez a perseguição da bancada evangélica com a população LGBT, é importante observar estes projetos de lei para que a ONU possa agir, visto que o Brasil é signatário das resoluções que vetam estes tipos de preconceito.

Portando, estou encaminhando esta carta para a UNESCO, ONU, Comissão de Combate a Discriminação da Câmara, Secretaria dos Direitos Humanos e demais órgãos competentes.

Atenciosamente, Felipe Resende.