O presente que veio do Japão

Belo Horizonte, 26 de agosto de 2011.

Querida Soninha,

Desde o dia quinze de agosto, quando você me ligou por volta das onze horas da noite para me dar os parabéns por conta do meu aniversário (no dia seguinte) e, num ímpeto de ansiedade, disse-me que a Popo Chan já havia embarcado para o Brasil, fiquei ainda mais atenta às visitas do correio. Mesmo você me dizendo que poderia demorar de um a dois meses, a expectativa se instalou e eu não via a hora de receber a bonequinha japonesa.

Todas as tardes eu ficava à espera do toque da campainha e pensava: "por certo, será entregue através do Sedex". Mas que nada! A "danada" não tocava. Isto é, não tocava até anteontem, 24 de agosto, porque exatamente às quinze horas e quarenta minutos, a Popo Chan chegou.

(No e-mail que enviei pra você, eu não disse que o correio passa por aqui entre três e três e meia da tarde? E dessa vez não deixou contas pra pagar, eheheheh).

Soninha, ela chegou! E eu, literalmente, voltei à infância. Um momento encantador, acredite.

Foi assim:

A campainha tocou logo após um barulho forte, de porta de carro fechando... (Normalmente, se o carro é grandão, tipo Van, faz um barulhão danado; claro, se a pessoa fecha a porta sem nenhum cuidado, como foi o caso).

Well... Vou até a janela saber quem está chamando. Lá embaixo, o carteiro trazia um pacote nas mãos. "Saquei" logo: se é o carteiro, só pode ser a minha bonequinha! O carteiro gritou: - "Encomenda para Ceres Damasceno!"; no que eu disse: - "Tô descendo, moço!".

Desci as escadas ligeiro, abri a porta e recebi um pacote pardo, e logo vi o seu nome. Tchan, tchan, tchan, tchaaannnnnnn! Caramba, é a Popo Chan mesmo! Obaaaaaaaa!

A primeira sensação foi um misto de alegria, curiosidade e aflição até abrir o pacote, afinal, não é todo dia que a gente recebe um pacotão vindo do Japão, não é mesmo? Tratei logo de achar a ponta da fita adesiva - pra não rasgar o embrulho, naturalmente. Consegui! "Uai, outro pacote?", pensei. Retirei o pacote - na verdade, uma sacola de plástico, estampada com motivo infantil: balões, girafinha, trenzinho, etc. e tal, e amarrada com um cordão amarelo. Desfiz o lacinho e lá estava a caixa com a bonequinha tão esperada! Que coisinha mais linda, meu Deus! Fiquei observando as mãozinhas, os olhinhos que abrem e fecham, o cabelinho, o vestidinho. Eu só sabia repetir: ô gente, que bonitinha! ("Ô gente" é uma expressão que tenho por mania, falar; na verdade, eu estava sozinha quando abri a sacola. Pareço doida, né? kkkkkk).

Continuando...

Chamei o Jefferson (meu marido, que até então encontrava-se num outro cômodo da casa - lendo os e-mails dele) e pedi que nos fotografasse (com o celular mesmo), ali mesmo na sala. Soninha, seguirão, via e-mail, só duas fotos; depois tiro outras, ok?

Minha querida amiga, como eu já disse anteriormente, não existem palavras mais adequadas para agradecer. Até tento inventar, mas não consigo, e o jeito é só repetir, repetir, repetir: muito obrigada! Que Deus te retribua em dobro, tudo o que você faz em prol dos seus amigos! Que bom contar com sua amizade!

Um lindo dia pra você! Que o sol esteja brilhando, como aqui em Belo Horizonte! (Céu azul de doer e sol o 'dinteirimmmm'!).

Beijos, beijinhos e beijocas, com muito amor!

Ceres.

P.S.: a Popo Chan pediu-me pra lhe dizer que fez uma ótima viagem. Ficou meio cansadinha e acredita que ficará bem agora que a viagem terminou. O fuso horário está atrapalhando um pouquinho, mesmo assim, ela está receptiva. Nem fez 'biquinho', nem nada e pelo jeito, vai se acostumar rapidinho! À noite, quando a família estava reunida, fiz as apresentações. Ela sorriu pra todos e foi dormir; antes, pediu-me para saudá-la:

"Namastê!" "Watashiwa totemo ureshi!" "Arigato!".

Popo Chan.