Por umazinha qualquer...

Por uma umazinha qualquer...

Ouço ruídos pelas esquinas...,

são os mesmos de sempre, acrescidos às vezes.

Não debalde trazem incursões e novas maldades.

É o canto das sereias...

Alguns poucos ainda que me reverenciam.

Outros complicam minha situação,

são sedutores da loucura como as sereias cantadoras,

descem às alcovas das ruas,

sopram ao contrário do vento, desafiam posições.

Não valem seu próprio coração.

O hábito..., o hábito é para as flores,

para que se dê aos pobres e desesperados.

É de valor para as feridas também,

aquelas que sangram...

Sua alvura agora já é de rostos pálidos,

parecendo pessoas mortas,

preconceituosas,

por isso mesmo mortas,

que não cresceram junto aos espinhos,

que sei que são espinhos,

por isso rezo por vós, vez em quando...

Por vós, que seria das prostitutas ?

Por que a sumariedade da condenação ?

Estais com todos,

de acordos para atacar pretensos culpados,

às espreitas,

nas ruas estreitas,

dissimulareis quando a fuga fôr inevitável,

falam da mesma língua,

da língua comum que nada vale, nem para o diabo prestais.

Desconfiem das sombras,

que apuram-vos os passos nas quadras e esquinas,

de olhar abaixado,

não por vergonha, mas, por enganarem até as serpentes,

fazendo o que elas não fazem.

Travam conspirações e juntam-se aos porcos,

pensam numa inquisição surda e sumária,

a mais nojenta,

fogem das palavras, porque essas cheiram verdade.

Conspiram pelas vielas, pelos cantos, olham de disfarces,

fingem brandura num coração enraivecido, por que ?

Discriminam, incriminam,

da forma mais dolorida, sem oferecer defesa.

Já desprezam o passado que nos pôs perfilados,

quando sorríamos, não compulsórios, mas felizes,

por choros, por gritos, por risos;

Hein ?...

Nós lembramos dessas coisas..., não é mesmo...?

Dou-vos porém alto valor por vossa existência.

Sabem de tudo de uma vida...?

Vossas agruras não suprimem às dos outros,

por isso lavai-vos.

Colocai candura em vosso coração condoído,

que sei levanta troféus,

mas,

não despojem suas alvuras em troco de amizades fúteis e enganadoras.

Endireitai vossos passos para não cairdes no buraco que cavam,

e, para não levarem junto uma cepa de boas pessoas.

Abram os olhos, sua misturança com os povos das ruas

está levando fofocas que não trazem propósito.

Tenho-vos como disse, em alta conta, e assim procurarei agir,

devo-lhes vida, e muita vida, obrigado.

Querem agora privilegiar falsos gestos delicados,

sorrateiros,

festeiros,

outros ainda, forasteiros, sei lá de onde.

São de cobra perigosa,

olhos que encantam pela beleza, não enxergais nada adiante disso.

Cuidem-vos, nem sempre o veneno é remédio.

Suportai ainda os desvalidos, os coxos, os lazarentos, os cancerosos.

Cuidado, o diabo traveste-se algumas vezes com uma carinha de anjo,

delicada, jovem .

Dou-vos o conselho por lição...

A mentira é a voga e a dissimulação é seu veículo.

Por que estais à fazer aquilo que os passados juraram...?

Aceito o desprezo, já acostumei-me,

por isso escondo-me, não de medo,

mas, para esperar amanhã,

para viver, que quero, por dádiva de Deus.

Nada sabeis;

garanto-vos porém, purgo minhas faltas,

tenho noites terríveis,

e,

ainda restam-me forças para travar dias.

Já viram o supra-sumo daqui ?

Já viram ?

Já provaram do fino extrato

que temos gerado dia após dia aqui em nosso meio ?

Sabeis que não sobra nem casca...

Não falo das convenções modernas, mas, das maldades.

Inverto o conselho do Imperador à sua esposa:

...não basta parecerdes honesta, é preciso ser honesta ``

Eu,

já bati palmas e emocionei-me com honestidade,

humanidade e sinceridade:

Certa vez, em um prostíbulo.

teobaldomesquita@uol.com.br

Teobaldo Mesquita
Enviado por Teobaldo Mesquita em 16/12/2006
Código do texto: T319670