Respostas.

Há dias penso em escrever-te, porém as palavras não me vinham. Até hoje, quando refletindo sobre a dor de cabeça recorrente que me aflige desde nosso último encontro, que durou apenas alguns minutos, percebi que deixei de falar-te o quanto me senti incomodada com uma certa insensibilidade tua.

O mal estar é conseqüência de, mais uma vez, ter reprimido minha raiva tê-la recalcado, deixado de responder o quanto me enervam aqueles que sabem tudo, perfeitas, pois sei que não existem. É possível que seja isso, mais uma vez também, meu reflexo..

É bem verdadeiro o ditado que diz que “se conselho fosse bom a gente vendia”, pois não conhecemos a realidade do outro, para nos julgarmos competentes para aconselhar. É um pouco confuso. Eu estou um tanto confusa.

Confunde-me o discurso incoerente com as ações. Se devemos ao outro respeito, não deveríamos “receitar” aquilo que nos auxilia a viver melhor. Ou que pensamos que faça esse efeito, porque na verdade, esse “viver melhor” seja talvez, apenas mais uma máscara que amarramos à nossa cara.

O remédio que nos cura, pode ser letal ao outro, pois cada um de nós tem suas próprias características, traz sua herança genética além da herança de vidas passadas.

Venho aceitando as restrições que me são impostas quanto às atividades que me compraziam, porém cada vez que alguém me olha do alto e fala que “precisas procurar algo para fazer”, despenco. Sinto-me diminuída, culpada, difícil descrever.

Quero que me sirvas de exemplo para que continue observando mais que julgando, para que não use de minha “experiência de vida”, para ensinar os outros a viverem.

Eu sou eu, tu és tu. 15/09/2011