DÓI NA CARNE!

As palavras relutaram em sair de mim

Tenho-as incrustadas na garganta.

Como que aprisionadas ao pesado sentir.

Orvalhando os olhos, a dor sai em lágrimas

Tal balbuciante canção de um coração em pedaços

Como versos derramados da profundidade d’alma.

A poesia não contém a retribuição do destino,

A colheita que faz sangrar a alma ante ao rebento,

Pedaço meu em expiação punitiva e implacável.

Como a tentar agarrar o intangível com as mãos

Ou encontrar uma saída para quem todos viraram as costas

Coloco em palavras e versos o desespero que me apavora.

Sangra, sangra minha alma pela tua dor

Dói em ti. E em mim?

Dói na carne...