RANCOR E UNHAS SOBRE A CARNE
Oh! Alma abatida pelos próprios versos
Enredada nos fios que tecestes pelo caminho.
Como um mormaço permanente sobre os ombros
Este manto encharcado e quente que te envolve.
Com pontiagudos versos que ferem indiscriminadamente
Tanto aos que os tomam como arma ou aqueles a quem vitima.
Nada construiu no entorno da tua indignação permanente
Senão uma nódoa escura sobre o tecido da tua alma aflita.
Esquecestes-vos de fazer das mãos a vasilha que recebe o alimento
E cravastes rancor e unhas sobre a carne fechando-as sobre vós
Assim, o sabor acre que vos vem aos lábios, são os próprios versos.
Da constatação obvia do desconforto e ruminadas pela voz.
A vaidade não nos abre os olhos, cega-nos diante das nossas crenças.