Embora essa cartinha tenha sido escrita em 03 de Novembro somente hoje tive disposição de posta-la por aqui.
Período de muito trabalho, alguns problemas de saúde, realização de exames e novamente dificuldade em digitar.
Tenho visitado as escrivaninhas de amigos queridos, porém sem condições de deixar comentários.
Alguns amigos mais chegados têm sido informados da situação vivenciada.
Estou aos poucos retomando os caminhos trilhados anteriormente.
Carinho procês.
 
Notícias do lado de cá
 
Oi, Heleninha,
Lembra era assim que lhe chamava quando chegava a sua casa? Obviamente após pedir-lhe sua bênção.
Na infância era mamãe, com o tempo e os laços fortalecidos várias formas de cumprimentos foram surgindo: queridoca, bruxinha, helenilda, vó, bisa e posteriormente de filha passei a ser a sua mãe e então você passou a ser meu bebê.
Depois da sua partida, a casa da minha infância, a casa onde você viveu desde seu casamento até a sua passagem perdeu muito do seu brilho. Mas, seus filhos continuaram a se encontrar por lá. Reuníamos-nos nos finais de semana na piscina, comemoramos alguns anos o Natal como se todos juntos ainda estivéssemos.
Há uns cinco anos a família sofreu certo estremecimento e alguns se afastaram motivo de muita tristeza para mim.
Nos dois últimos anos viajei no Natal para que não precisasse me dividir e/ou causar melindres por estar com uns e não com outros.
Nesse tempo da sua partida se juntaram a grande família o João Gabriel e o Miguel e está a caminho o Pedro Henrique. Três bisnetos para repetirem o que netos e bisnetos maiores faziam com freqüência, jogar bola no jardim e dar boladas no portão.
Mas a notícia boa mesmo que tenho para lhe contar é que nas duas últimas semanas um vento bom passou em nossas vidas.
Seus netos Roberto e Rodrigo resolveram fazer uma festa surpresa para a mãe, sua filha Célia, e a comemoração se deu na sua casa.
Família toda reunida como nos velhos tempos, interação entre todos, risos, brincadeiras, gargalhadas, lembranças da infância nossa e da segunda geração.
Havia um brilho nos olhares, um sabor de confraternização dos rostos, um gosto de quero mais nos pensamentos.
No feriado de ontem nos encontramos novamente para um almoço, o famoso “grão de bico” que você preparava tão bem.
Hoje, no seu aniversário, senti vontade de escrever essa carta para dizer-lhe que me sinto presenteada em ver a família unida novamente.
Você sempre foi a minha estrela, meu rumo, meu exemplo e por isso me sinto orientada.
Agradeço a você os valores transmitidos, continuo agregando como você bem fazia.
Esteja em paz, você continua viva em cada um de nós.
Saudade e meu afeto de sempre.
03-11-2011
 
P.S. Hoje a confirmação de que está a caminho mais uma criança para fazer companhia ao Pedro Henrique. A Ágatha também se prepara para juntar-se a nós.