Águas de Janeiro

Antigo companheiro de milícia.

Seja dado crédito a ela. A musa da vida na plenitude daquilo que chamam de amor. Aquela que se veste de bruma e que vem em ondas.

Você não imagina o quanto as águas da natureza terrestre foram transformadoras das silhuetas dos campos, das matas, das margens e até das pedras. Correnteza dentro da minha história. Mares, lagos e rios se nutrem agora das lembranças de um tempo em que chuva só fez melodia.

Entenda que hoje essa força natural continua seu trabalho. Chove sempre com serenidade para quem tem ouvidos adaptados. Minha vida se espraia pelos córregos e contorna gentilmente os seixos do fundo que já foram pedras, que já foram rochas. Assim gosto de observar o destino que as muitas águas percorre.

O amor me parece que faz o mesmo caminho. Tortuoso, imprevisível e sempre se renovando.

Obrigado por reaparecer.

Marcos Palma
Enviado por Marcos Palma em 04/01/2012
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