Bail'amantes
Saindo do meu universo,
Um dia entrei na festa de tua vida.
E sentindo-te só, comparei o que nos era igual,
Percebendo que aquilo era solidão.
E te convidei para dançar, oferecendo minha mão.
No momento em que me tocou,
Senti que tocava minha alma e
Viajei na beleza de teus traços,
Recusando-me a desviar meu olhar,
Como a beber seus movimentos de luz.
Então meu coração serelepe saltou do peito,
Aproveitando o compasso da música que dançavamos...
E dançando...foi pousar em tuas mãos.
Senti minha alma dizer-me adeus,
Pois eu só a sentiria novamente,
Se estivesse nos braços teus...
Que me acalentando, fazian-me compreender que
Mesmo no silêncio da música findada da vida
Ainda ouviamos a melodia dos nossos diálogos,
Onde o teu falar é estrofe e o meu ouvir é refrão.
A desvendar aos poucos e sem pressa,
Sempre um pouco mais de ti e da história que viveste.
E nos erros dos passos da nossa dança,
Percebi que te amo também nos defeitos
E nas imperfeições que te fazem tão humana
E tão singularmente igual a mim.
Nos salões dos teus ideais contemplo,
Perplexo e estasiado, a maneira de como você
Domina os espaços com tua coreografia
Graciosa e inteligente.
Flutuo num mar estrelado só de pensar
Suas intenções com este pobre rascunho de dançarino...
Não te acompanho em sua magnitude e me perco
Em meio aos casais e as damas.
Mas...me tocando...e sintonizando seus olhos em mim,
Você me acha...perdido na pequenês de não te encontrar
Chorando tua ausência...
E tu me embalas e conduz-me nessa dança sem fim
Até que acabe num beijo de despedida,
Prefaciando um novo beijo de chegada,
Que me faz te esperar
E tão ardentemente te desejar.
E assim sendo,
Da tua Ágape eu pertencer,
Vivo a dançar-te e a enlouquecer
Com meu coração que marca o compasso dizendo:
Te amo...te amo...te amo...te amo...
Sempre contigo vou pássarodançar,
E depois de suados bail’amores...
Só em ti repousar.