Queremos liberdade! (carta aos homens, num belo dia das mulheres)

Umas apegadas, outras desapegadas. Umas normais, outras loucas. Umas choronas, outras que bancam a durona. Umas de raízes fixas, outras que querem viajar o mundo feito folha ao vento. Umas meigas, outras brutas. Umas perigosas, outras mais ainda. Umas recatadas, outras depravadas. Umas e outras. Todas mulheres, diferentes e iguais ao mesmo tempo.

Algumas são complicadas, outras nem tanto, mas todas complicadas, sem dúvidas.

Umas com alma de mãe. Outras de nômade. Outras de esposa. Outras de tia. Outras de dona do próprio nariz e pronto!

Admiro muitas. Inspiram-me muitas outras.

Dizem que nós mulheres somos sinônimo de amor. Talvez, mas não nos limitamos a isso. Também nos igualamos à tempestade, chocolate, gelo, manteiga, pôr-do-sol, fogo ou diamante. Depende do dia, depende do que nos fazem ou provocam. Inofensivas, e no instante seguinte ferinas e letais. Eu disse, depende.

Amamos carinho. Sobretudo de quem não tá procurando nos machucar ou enganar o tempo todo. Por isso o apego aos animais dóceis, lembra? Não, não pense que buscamos homens dóceis e submetidos, pra comparar com animaizinhos. Agora, a sinceridade vai bem.

Todos perguntando o que, afinal, querem essas tais mulheres. Queremos liberdade. Precisamos de liberdade pra estarmos onde, como e com quem quisermos, e assim, escolhermos estar com um de vocês, e sermos valorizadas pela renúncia a todos os outros, e sobretudo, pela nossa lealdade e amor. Libertem-nos de seus julgamentos, preconceitos e perguntas idiotas. Deixem-nos livres, e nos terão por completo.

Jordana Sousa
Enviado por Jordana Sousa em 08/03/2012
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