Me escuta, amor

Oi meu amor, sinto por ter parado de escrever-te, sinto mais ainda

sentir sua falta.

Nos últimos tempos venho tentando confiar no mundo, me doar mais,

deves estar olhando do alto meus passos e tentando me guiar, porém

seus sopros não servem para guiar-me nesse mundo, mas sim para que eu sinta seu soar.

Na sua presença eu não cansava de afirmar, que ela era a melhor de mim;

Na sua ausência não canso de lembrar, que essa é a mais pura verdade.

Vejo tantos cordeiros, até tento fazer lã com a essência dos mesmos,

mas o final não muda, suas supostas lãs caem ao chão e vejo que são apenas lobos.

Houve tempos em que eu chorava e me diminuía, outros em que me sustentava e me erguia, agora; Não sei se choro por tal dor premente, ou se sorrio por não ter lágrimas.

Certeza mesmo só essa do meu peito, cujo preceito é seguir o coração, mesmo com defeitos, ele não tende a ser injusto.

Pergunto-te amor, por que não consigo descontar o mal a qual me fizeram?

Como um ser normal, que sente raiva e ódio pelas maldades sofridas.

Amor, pensei que minha proteção era a frieza e meu alicerce a falta de lágrimas, mas agora descubro que choro por dentro sangue petrificado, além de conseguir congelar

minha alma.

Eu preciso partir contigo, mas além do Davi, existe um ciclo a se cumprir, como um bom combatente, aqui ficarei para honrar o que nem sei existir.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 13/03/2012
Reeditado em 11/04/2012
Código do texto: T3551887
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