COISAS DE NÓS DOIS

Quatro anos se passaram e parece que foi ontem que estive aqui. Que conheci você, que nos conhecemos... Você, alguém que como eu agora, era provisório. Chorava neste site, suas "dores de parto" por ela. Ainda me lembro de sua primeira foto de perfil, era apenas um olhar, como é o meu agora.

Fazia minhas “rondas noturnas” quando me deparei com um comentário seu, em um dos textos meus, os antigos... Então, fui e te “visitei”, gostei do que li, me identifiquei com suas dores. Não deu outra, aquilo virou um tipo de vício, era praticamente impossível entrar aqui e não ler você e você não me ler.

Naquela época, você se descrevia no seu perfil como alguém que detestava perfil, detestava gente de perfil, preferia gente de frente... E era exatamente dessa forma como eu estava, sem pseudos nomes, de frente, de “cara”.

Tendo o meu nome, é claro, não foi difícil me achar no orkut (que hoje não tenho mais), e ficarmos amigos, e estreitarmos o vínculo. Foram maravilhosas nossas conversas, nossas prosas poéticas, nossas viagens, nossos devaneios. E por um tempo você esqueceu ela, aquela, que ainda escreve por aqui, e acho eu, que nunca soube de nós.

Por que foi mesmo que nos separamos? Ah sim, você tinha “medo” de compromisso, coisa essa que eu não exigia de você, tinha medo da minha idade, por ser bem mais nova, tinha “medo” de mim... Foi quando um dia, estando eu por aqui, li uns escritos dela que dizia que você a beijou novamente (e nós marcando nossa viagem para Tiradentes), e foi quando eu não quis mais beijá-lo. Mesmo porque, ela estava como você aí no Sul e eu apenas aqui, ainda andando por Paraty, me encantando com suas luas... E realmente, foi como você disse, vocês voltaram mas não ficaram juntos, preferiram criar novamente o antigo conflito para continuarem com o sentimento, sem sentido...

Um ano de sua ausência se passou e você me procurou, tentou algo novamente comigo, mas te dei uma notícia e acho eu que você não esperava, que estava grávida. Grávida de alguém que não era você, de alguém que não é a minha “cara”, que não tem nada que ver comigo, que só é o pai do meu filho.

Você, como sempre um cavalheiro, foi atencioso, se mostrou preocupado e feliz por saber que eu também estava por realizar um dos meus sonhos, o de ser mãe. Percebi, que você ficou sem jeito, e eu, nem se fala...

Menos de um ano depois, recebi notícias sua, dizendo que era pai só fazia uns dois meses. Não, não! A mãe também não é aquela que ainda escreve por aqui, provavelmente deve ser alguém daquele cursinho de advocacia em que você nem prestava atenção.

Hoje, somos amigos de facebook e sua filhinha faz um aninho. Fico feliz... Feliz por ver você realizado com algo que achava ter medo, de ter filhos, de compromissos...

Hoje, sem você saber, também inicio a minha trajetória por aqui novamente. Não é para eu reviver nada e nem tão pouco buscar esquecer tudo, pois nossas trajetórias se limitarão às formalidades daquele site. Quero apenas “botar pra fora” isso aqui dentro. Coisas que ninguém sabe, coisas que jamais esqueceremos, coisas de nós dois... Por enquanto, vou sendo provisória, até jorrar tudo e esperar que essas coisas não façam mais sentido algum.

Anne Jansen
Enviado por Anne Jansen em 05/04/2012
Reeditado em 12/09/2013
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