À filha que eu sonhei...

Filha,
Se hoje você existisse, seu nome seria Drielly, você estaria num belo vestidinho, teria os cabelos feitos encaracolados, teria os olhinhos de mistério em cor de amêndoa. E eu boba, brincaria de bonecas com você...
Ah, ensinaria a andar de bicicleta, seria a mãe coruja da menina mais linda do mundo, a filha que eu tanto quis e esperei...
Sabe filha, em meus sonhos sempre lhe acalentei, em meus braços a protegi em seus primeiros passinhos indecisos, imaginei você tão linda e graciosa, minha neguinha prosa, que me contaria seus segredos, seus medos e desejos...
Como eu idealizei o dia em que a teria junto de mim, minha filha, eu lhe escolhi entre as estrelas pra brilhar em minha casa com seu sorriso que seria nossa alegria, sua meiguice que  nos daria muita ternura e amor. Mas você não veio, e tanto que esperei, o rosa das paredes de seu quartinho desbotou, os sonhos coloridos com que sonhei você, se dissiparam em nuvens de tristeza.
Há um vazio no bercinho que comprei... há uma saudade nesse amor que a você planejei...
Mas quando me deito e meu inconsciente aflorado pelo sono, traz-me as imagens suas, sinto você correndo pelos campos, seu cheiro de pureza exalando vida penetra minha alma como se fosse real, seu sorriso doce a se encantar com o dia, brincando e sorrindo na companhia dos anjos... minha neguinha, minha pequenina menina nega dos sonhos escolhida, um dia, ... ainda a ouvirei entre sorrisos, a me chamar de mãe... quando eu enfim enlouquecer com uma boneca africana nos braços, ou quando me for desta vida.
 

Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 10/04/2012

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Obs.: Drielly é o nome da filha que a vida não me permitiu ter. Porém esse texto é apenas inspiração literária, sou muito feliz com meus dois tesouros, Pablo e Odilon.
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 10/04/2012
Reeditado em 21/05/2021
Código do texto: T3604269
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