A quem possa explicar...

A quem possa explicar...

Quem perde aos pais é órfão, quem perde um cônjuge; viúvo. E quem perde um filho? Tamanha dor, sim; dor, pois se trata de uma saudade latente que chega a doer fisicamente. Qual nomenclatura poderia designar a isso? Nessas mães persistem resquícios de culpa, mágoa, ignorância...

Algumas se sentem magoadas e culpadas, talvez por achar que não souberam criar seus filhos adequadamente conforme paradigmas estabelecidos pela sociedade. Mas há manual de instrução para educar um filho? E, por achar que erraram, sentem-se ignorantes, despreparadas e não cumpridoras de sua missão maior.

A ordem natural e cronológica foi modificada a mercê de suas vontades. Geralmente, filhos sepultam seus pais e não o inverso. Tal inversão desestrutura a família e muito mais às mães. Gerar, sentir crescer uma vida em si é inigualável. A dor da perda insuperável.

Celma Alves

2012