Um dia...

Minha Querida,

Um dia nos lembraremos desta época como uma das boas lembranças de nossas memórias. Um dia, nos lembraremos de como fomos pueris em moldarmos-nos demasiadamente racionais pela lógica indiscriminada de nossas experiências frustradas e tantas outras alheias.

Um dia, chegaremos à conclusão que perdemos um tempo precioso com questões que nem sequer deveriam ter tido importância em nossa relação. Que perdemos um tempo escasso com dúvidas que apenas se concretizaram no campo fértil de nossas tolas imperfeições...

Um dia, não procuraremos escusas de nossos receios em nossa própria falta de objetividade em ratificar nossas aspirações. Não temeremos nem nos influenciaremos pela palavra de terceiros, nem nos tolheremos pela falta de capacidade manifesta em ver-nos um ao outro, contudo, sem nos enxergamos.

Sem dúvida, não me cabe mais linhas póstumas sobre as aspirações de minha história, da mesma forma que não lhe cabem mais pré-julgamentos que tenham a imprevisibilidade da frustração baseados em expectativas não concretizadas suas e de terceiros. O que nos importa é o hoje. O que nos importa é o amanhecer de cada dia respaldado na vindima da colheita. No calor rubro e pulsante que nos abraça nesta hora e nos protege diante dos desafios e do porvir.

É no porvir que está o nosso segredo. É no porvir que todas as respostas serão dadas. Nele serão confirmadas todas as nossas doces lembranças e arestas aparadas que conjugam hoje nossa relação.

Confirmar-se-ão não apenas nossas aspirações, mas, sobretudo, a pequenez de nossos receios infundados e de nossas ilações...

Confirmar-se-ão também o tamanho de meus sentimentos e minha vontade manifesta nestas letras de estar ao seu lado; das conclusões que realmente construí uma vida contigo cheia das alegrias e intempéries que o destino nos reserva.

Serão alcatifas de sonhos que se estendem na certeza que trago clarificadas nestas linhas todo o ensejo de minha vida ao teu lado. Saibas meu amor, que vivo exatamente o que escrevo; pois é através da pena rabiscada nestas letras que se abre o caminho de nosso porvir. É através dessa pena que ratifico minhas escolhas sem a leviandade dos desgraçados e infelizes que pregam a infelicidade alheia, sem buscar a si próprios suas estrelas.

Ratifico minha escolha por você tendo o amor conjugado como meu estandarte maior. Um amor que se vislumbra na essência e comunhão da própria doutrina espírita que você tem em sua simpatia: o respeito, a caridade acima de tudo, o benquerer, o afeto, a liberdade, a compreensão, o amparar, o incentivar, o encorajar, o sorrir, enfim; o viver...

Portanto, não temais o vôo que nossos sonhos nos proporcionam nesta hora. Não temais a vida que nos oferece uma oportunidade ímpar de nos tornamos plenos e completos.

Sejais convictas da mesma forma que assumo minhas convicções em relação a nós dois. Não é a imprevisibilidade do amanhã que alterará o plano divino interposto a nós. É como dizem os poetas em suas poesias: Já estava escrito...

Um beijo enorme !!!!!!!!!!!!!!!!

Ad majora natus