Atemporalidade dos Mestres

Estar professor é demasiadamente retroceder a essência de sua função, justifico minha postura por defender que professor não é um estado humano, mas é uma condição peculiar e intrínseca de um desejo de transformação por toda vida. Esta pujança pode ser por herança genética ou contaminação por um vírus mágico.

Ninguém está na condição de professor, ele o é!

Aquele que educa, ama ao mesmo tempo, ter espírito empreendedor a que se refere ao desenvolvimento humano e despido de preconceitos culturais é reconhecer a felicidade na felicidade dos outros, antes contida, mas em simples gestos liberada e brotada aos pares como grãos de feijão lançados à terra fértil.

Ser professor é em primeira instancia gostar de gente, caucar suas investidas em evolução humana, em cuidado, em sentimento, em sentidos e isso leva ao aprendizado.

Aprender não é só saber de fórmulas matemáticas, biografias de gênios, ou as fontes de riquezas do mundo, mas além disso é sobretudo aprender com os exemplos que nos são passados e que fielmente, mas a nossa maneira, tentamos também passar. As fórmulas do bom humor e do companheirismo, a aposta dos mestres aos futuros gênios, a construção da biografia de cada um deles e o questionamento de qual legado queremos deixar para a posteridade também é disciplina oculta dos Mestres para com seus alunos e por fim carreguemos sempre as histórias dos tempos de colégio e deciframos que as principais riquezas da nossa vida são os momentos que vivemos. Eles se somam para resultar no prisma de nossa existência.

Quem aprendeu, carrega o legado de que não existe auto suficiência e que as relações humanas são prioritariamente canais do conhecimento. Todo mundo é um pouco professor e o mundo insiste em nos mostrar que seremos eternos alunos, assim fica mais desejável questionar por que estamos aqui hoje. Desde que o mundo é mundo a sabedoria se propaga através dos homens e assim caminhemos.

Tiago Ortaet

Professor e Artista Plástico

27/01/2007