A última carta
 
Sei que não será última carta. Logo surgirá o desejo de escrever a próxima. Laila jamais sairá do meu pensamento. Quanto mais eu tento esqueçê-la, mais ela permanece no meu pensamento.
Em contra partida, quanto mais eu tento me aproximar de Laila, mais eu me sinto distante. Laila já não mais a mesma. Parece estar se acostumando com o meu silencio. O entusiasmo não é mais o mesmo. Sinto que já não sou mais especial. Ainda assim, gosto de pensar que sou especial.
Nossa história é linda, mas não pode ser contada e temos que guarda-la entre nós. Só nós somos capazes de entende-la. Ninguém estará disposto a nos ouvir. Nosso amor tornou-se impossivel porque nossos valores são muito fortes e não estamos dispostos abrir mão deles.
Todos os dias eu tento firmar o propósito de esquece-la. Porém, o simples intuito de tentar esquece-la já é pensar nela. Então, tudo continua do mesmo jeito. Tenho vontade de escrever aquelas palavras que aos poucos foram mexendo com o coração de Laila, que faziam-na sentir saudades de mim. Quando ela me ligava por qualquer motivo.
Leio e releio o que escrevi para ela e bebo sofregamente cada palavra, e vivo cada lembrança que deitei no papel. Todos os dias tenho que inventar palavras, novas maneiras de dizer o que sinto. Tento mais uma vez surpreender o coração de Laila. Sinto necessidade de dizer a ela, a cada instante, que eu nunca irei esquecê-la.
Também leio os seus versos à procura de mim. Mas, ela se tranca na sua fortaleza e esconde os sentimentos e me proibe de tentar desvendá-los.
Talvez esta seja mesmo a útima carta. Talvez não seja. Não será surpresa se, vez por outra, você abrir este texto e encontra-lo acrescido de uma ou mais linhas. A única certeza é que todas as vezes que você abrir esta carta, não terá sido a última vez que eu pensei em Laila.