Asas Para O Infinito (Parte 1)

Para: Borboleta Operadora

Olá grande amiga Mariposa, deixo aqui minha saudação, para contar das novidades que reciclaram minha vida desde nosso último contato. Há sete anos, parece que eu renasci das cinzas, como um gato e suas sete vidas, busquei com otimismo e fé desvendar enigmas, achei com seus ensinamentos que a vida é um sinônimo de Amor, desde que se saiba viver! Viver e amar anda em comunhão, basta operar dentro de si mesmo o sentimento interno na artéria mais preciosa de seu coração, assim ele bombeará no ritmo da natureza, na mesma freqüência cardíaca, na velocidade certeira do cupido, na promessa de Deus.

Naquela época te procurei e você plenamente me atendeu, lhe contei do meu segredo e prontamente me ouviu, seus sentidos soavam para mim como um girassol atento, estava triste, solitário e angustiado, te encontrei com suas quatro asas brilhantes, cobertas de escamas finas e belíssimas, logo viria o diagnóstico da minha carência, que acusava minha inquietação, o desejo preso, era como se tivessem esmagado o arco íris de sua mutação de cores, assim eu me sentia, tentando alcançar o que para mim seria impossível.

Vieste até mim e operou um milagre do lado esquerdo de meu peito, confessei a ti os meus mais íntimos desejos, nossos laços de amizade ficaram cada vez mais próximos, como duas avenidas se convergindo na travessia, ou mesmo duas rosas rivais no mais exuberante dia de primavera em harmonia. Me ensinou a tradução de gostar de alguém. Precisava me libertar minha Borboleta operadora, ceder, doar, expressar e deixar brotar em meu corpo este sentimento fixo e amarrado. Ficava eu me perguntando por quanto tempo levarei até acordar, até pular os espinhos que me deixara com um medo grotesco de caminhar tranqüilo rumo à felicidade. Lembro-me daquela noite de fortes trovões, criaste novas asas e partiu além do horizonte, atravessou a mais bela estrela que eu costumava sonhar, na transparência das nuvens ficou apenas seu cheiro camuflado, as flores já não aspiravam seu néctar, os bosques pareciam labirintos sem saída, as rosas sem aquele delicioso aroma, o prado sem o bailar e colorir, os jardins estavam sem a estação, ficamos longe e fiquei devastado! Lágrimas me corroeram como um derrame no mais vasto oceano. Olhei para meu reflexo no espelho e comecei a mudar as atitudes.

(Carta dividida em Duas partes, continua amanhã!)

OBS: ESTA TEXTO (CARTA), "ASAS PARA O INFINITO", FOI O TEXTO PUBLICADO NO LIVRO "DOIS CORAÇÕES E UMA SÓ BATIDA", O QUAL EU PARTICIPEI HONROSAMENTE, LANÇADO EM AGOSTO PELA EDITORA BECO, DISPONÍVEL A VENDA NO SITE QUE CONSTA EM MEU PERFIL!

Helládio Holanda
Enviado por Helládio Holanda em 03/09/2012
Código do texto: T3862631
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.