Estávamos em férias ... continuação 4a. carta

Entrei na ambulância e uma mulher se aproximou e me entregou uma sacola com umas roupas. Ela falou, carinhosamente, que eu levasse para trocar de roupa no outro hospital. Eu me emocionei. Essa mulher desconhecida, que estava no hospital se sensibilizou com a nossa situação e tomou uma atitude para minimizar as nossas necessidades. Um gesto simples, mas tão nobre, oferecendo duas trocas de roupa para mim.

Fui acompanhando o meu filho para a outra cidade. Os médicos foram monitorando os sinais vitais de meu filho e eu olhava pela cabine pedindo que os céus os orientassem no atendimento do meu filho. Enquanto eu seguia viagem pensava nos três que eu havia deixado em Marechal Rondon, rezando para que fossem bem atendidos.

A chegada em Toledo foi assustadora novamente. Os médicos foram examinar o Róger e não davam noticias. Os minutos se transformavam em horas. O compasso era mais devagar.

Enquanto isso uma magnífica providência divina foi acontecendo.

Enquanto eu esperava por noticias, pessoas chegavam para me fazer companhia, para me levar um lanche, uma escova de dente, um carregador de bateria de celular. Pessoas desconhecidas que se apresentavam como amigos de alguém, que na hora eu não me lembrava quem era, ou eram amigos de amigos, enfim, uma rede de relacionamento maravilhosa.

Uma médica e um rapaz me fizeram companhia até madrugada no quarto do hospital. Simplesmente ficaram ali. Junto comigo. O Róger estava na UTI. E eu tomei um banho e vesti a roupa que aquela senhora havia me dado. Usei a escova de dente que um casal me levou. Tomei o suco que outro casal me deram. E me deitei. Consegui cochilar um pouco.

Acordei pensando que era um sonho. E Não era. Eu estava em um hospital no Paraná com meu filho na UTI e na outra cidade o outro meu filho, meu marido e o Yuri. Sem noticia.

Fui direto para a UTI. O médico plantonista conversava com familiares as 11 horas. Eu me sentei em um banco e fiquei esperando alguém da UTI entrar ou sair para receber noticias do Róger.

Fim da 4ª. Carta - Publicada em 04 set 2012

Rosa Destefani
Enviado por Rosa Destefani em 04/09/2012
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