Estávamos em férias ... continuação 13a. carta "Ficar em SP???"

Íamos ficar mais tempo do que pensávamos em SP. Os médicos começaram a falar em dar alta do hospital para o Róger, para ficar em Home Care. Começamos a procurar apto para alugar, fizemos contato com corretores e imobiliárias e nada conseguimos. Os preços eram altos demais. As exigências de avalistas, aluguel antecipado e quebra de contrato com mínimo de um ano inviabilizavam qualquer negócio. Ai meu Deus!

Pensamos na transferência para um hospital de reabilitação em SP mesmo. As exigências mudaram. O paciente precisava estar fora de ambiente hospitalar por pelo menos trinta dias. O paciente precisava estar mais acordado para colaborar nas terapias. Ai meu Deus!

O Róger estava dormindo o dia e noite ainda. Mal abria os olhos. O que a gente ia fazer? Eu queria ficar naquele hospital mesmo!! Não queria nem pensar na possibilidade de voar com ele para casa. Se em SP não havia hospital que pudesse receber o Róger, como seria por aqui?

Ficamos dias sem saber o que fazer. Praticamente o Róger estava de alta. E agora ir para onde? Novamente colocamos a situação nas mãos de Deus.

E apareceu mais um anjo chamado Fernando ... já tinha dois, o nosso anfitrião atual e o técnico de enfermagem.

Este Fernando era primo em 2º. grau do meu marido que, que ficou sabendo através de uma prima em Cuiabá/MT, que a gente estava vivendo este dilema. Ele propôs mudar-se para outro lugar e nos cederia seu apartamento. Não é mesmo um anjo? O apto dele ficava perto do hospital, fácil de aprender o caminho. Deixou tudo como estava e levou suas coisas pessoais. Tinha até a Zuzu, um amor de pessoa que manteve o apto limpo e arrumado, como o primo Fernando estava acostumado.

Ficamos morando no apto do Fernando vários meses. Novamente não tivemos despesas com moradia, pois a família ajudou-nos com as despesas. Gratos Fernando. Gratos Zuzu. Gratos família.

Minha irmã e meu cunhado tinham levado nosso carro para SP. O nosso segundo filho dirigia em SP e nos ajudou muito nessa época. Ele precisava voltar para trabalhar, pois a empresa que ele trabalhava tinha permitido afastamento dele por sessenta dias. Meu marido estava ainda sem condições de dirigir. Tive que aprender dirigir, pelo menos no caminho do hospital/casa. Dirigir em SP???

As primeiras saídas com meu filho do lado foram assustadoras. Agora, a gente acha engraçado. As pistas eram largas, com muito movimento, motociclistas apitando entre os carros. Aos poucos fui me acostumando.

Até que ele voltou e eu tive que dirigir sozinha. Sozinha não, com Deus ao meu lado. Saia bem cedinho do apartamento, antes do movimento começar e voltava bem mais tarde, quando o movimento já estava acalmando.

E assim os dias se passaram. Os médicos se animaram com os progressos do Róger e cancelaram a alta. Iamos começar uma nova fase na reabilitação.

E continuamos mais um tempo em SP.

Rosa Destefani
Enviado por Rosa Destefani em 17/09/2012
Reeditado em 31/10/2012
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