o acre não existe

Amigo,

Tenho de ti apenas algumas horas. Mas são horas de ouro. Áureos matizes. Me fazes rir, é o que importa. São horas felizes. Me ouves, e muito mais te ouço. Tuas histórias e estórias. Tantas! Muitas que ainda não sei. Não posso chamar de migalhas porque este pouco é tanto! Saber que vives já é muito!

Não sou a melhor companhia. Percebo. Tens amigos mais interessantes. Talvez meus silêncios incomodem. Ou o que fica nas entrelinhas ainda te espantem e te leve à fuga. Tudo bem. Agradeço as horas felizes. Estou sempre aqui. Caso queiras proporcioná-las de novo. Tem sempre pérolas no meu canto. Sempre há paz no meu recanto. Respeito e confiança no meu teto. Abrigo pra uma chuva de pranto. Ou uma refeição de risos. Nenhuma crítica ao imperfeito. Nem cobranças do incorrigível. Não quero que mudes. O outono agora nos envolve. Nossas primaveras já foram vividas. Agora vamos colhendo os frutos de toda semente deixada pelo caminho. E a semente da amizade é o amor que nunca morre. Obrigada por plantar essa semente no meu peito.

Seja sempre muito feliz.

(em 28.07.2012 - ouvindo Esperando aviões do Vander Lee)