OS MOTIVOS
Que vêem meus olhos quando velam teus versos?
Não são os segredos levados num velejar
Nem as quimeras que povoam os sonhos
Nem os horizontes distantes que te enchem o olhar.
Todos os motivos que velejam os versos velados
Lavam a terra, limpam teu ar, arejam tua pele
Tua verve ferve ao clamor do olhar que te vela
E suas versos, talhados na alma, a flutuar pela pena.
Vem! Toca a ponta de minha alma, sou porto seguro
Coloca os versos dobrados sob as nossas cabeças
Deita-te ao meu lado, num braço de mar, ou lugar algum.
Faz do teu buscar insano o ponto, o teu maior patamar.
Onde te velo a velejar os versos, as letras e o teu corpo
E a um olhar, voas, se transporta e liberta os riscos.