Estávamos em férias ... continuação 46a. carta "Fase da "rasgação" de roupas"

A melhora do Róger foi acompanhada de comportamentos inadequados.

Algo como a criança pequena que ainda não tem os limites de comportamento social, morde para se defender, sobe sem medo de cair, poe qualquer coisa na boca, e assim por diante. Os pais educam essa criança, colocando os limites necessários.

Guardadas as proporções, quando a parte frontal do cérebro é machucada, como no caso do meu filho, afeta o lado comportamental do ser humano.

Passamos uma fase difícil. O meu filho rasgou fraldas, roupas, lençóis, fronhas, simplesmente rasgava por rasgar. Com a força que tinha no braço direito e seus dentes fortes, segundos eram suficientes para conseguir levar peças na boca e rasgá-las.

Um descuido bastava para levar na boca o algodão das fraldas rasgadas, o plástico protetor de colchão, o tecido dos lençóis.

A minha mãe na sua máquina de costura recuperava as peças. Lençóis viravam fronhas, camisetas ganhavam detalhes de outros tecidos.

Como ficava bastante agitado o sono ia embora. Não conseguíamos dormir. Um ruído, um toque que fosse bastava para acionar esse mecanismo de rasgar coisas. Assim, a mão direita precisou ser contida, principalmente durante a noite, para garantir a segurança e o sono dele. Medicamentos conseguiam fazê-lo dormir por algumas horas.

Novamente o pai criou um suporte para conter a mão. À medida que o nosso filho conseguia liberar a mão, novas formas de conter o pai desenvolvia. Somente quando a mão inteira foi envolvida por várias tiras de malhas macias e presas a um suporte de tecido fixado nas grades da cama ele dormiu teve uma noite de sono justa.

A contenção da mão direita foi e ainda é necessária, em graus moderados agora e com intervalos menores durante o dia. Durante a noite ele mesmo já pede para conter a mão, pois é uma ajuda externa para dormir.

A fase de “rasgação” terminou. A maioria das noite dorme bem. Ufaaa! Depois de meses de agitação noturna.

Dormir para recuperar.

Rosa Destefani
Enviado por Rosa Destefani em 24/11/2012
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