Meu herói, meu bandido

De: Filha

Para: Pai

Antes de qualquer coisa, é importante destacar a falta que de ti sinto. Às vezes isso até me custa algumas lágrimas, na verdade, quando vem à tona alguns fleches de memória que me derrubam como uma rasteira imprevista.

Normalmente, as lembranças são de quando eu ainda era uma criança, inventando brincadeiras sem nexo que você aceitava participar sem questionamento, e apesar das dores no corpo e do cansaço do dia de trabalho, só se permitia parar quando eu me encontrasse satisfeita, não mais carente de pai.

O que acontece, pai? Por que estou tão carente de ti e não vem suprir a falta? Por que não mais? Eu cresci, mas até o meu último minuto de vida vou precisar do meu pai, do mesmo de antes.

Eu sei que as coisas mudaram e tudo ganhou um tom acinzentado, mas talvez possamos colorir, ou pelo menos tentar. Provavelmente colorir tudo será difícil (muita coisa depende de terceiras), mas vamos tentar com o nosso, o eu e o você; me faça miojo com ovos todos os sábados, e depois vamos passear na Rua Direita, comprar DVD's piratas e assistir de pernas pro ar com o ventilador ligado. Sempre foi e sempre será isso que me suprirá de ti... o simples.

Eu te amo, sempre... Longe ou perto.

Sua filha, Luana.

Lu A
Enviado por Lu A em 21/02/2013
Reeditado em 21/02/2013
Código do texto: T4152757
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