Cale-se

Guerras marcadas de dores. O alerta da vida e o pavor do medo é o próximo disparo certeiro na voz despedaçada e interrompida pelo mando do destino ou fraqueza do meu ser.

Minhas feridas estão todas expostas ao sol. Minha vida foi ceifada e a minha alma arrancada da inocência do prematuro e frágil guerreiro. Mas a guerra não é de poder e sim do meu eu com o meu ser. Tudo isso porque não consigo ver, pelo retrovisor da vida, o engarrafamento das guerras mindinhas e transitórias. Ainda era cedo, mas mesmo assim, de forma calada e confusa eu puxei o gatilho e pensei, quem irá chorar por mim? Assim, a guerra da vida pra mim acabou. Não permiti que outros puxassem o gatilho por mim.

À todos os que ficam, deixo mais um conflito similar à guerra, para que montem estratégias de paz. Não me julguem, pois não fui ensinado a perder. Suicidei as minhas fraquezas e incertezas.

(Este texto é uma homenagem ao aniversário de morte do meu irmão Cristiano Danel, o mesmo suicidou-se aos 24 anos de idade.)

Alexandre Danel
Enviado por Alexandre Danel em 03/06/2013
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