UM ANO E UM MES

Não tem muitos dias que você completou um ano e um mês...

Já está engatinhando e até mesmo andando para todos os lados. Não se pode distrair que logo você some de nossas vistas... É uma menininha tão esperta!

Outro dia eu filmei você andando sozinha. Chorei enquanto fazia isso, da mesma forma que chorei quando vi que você estava deixando de ser o meu "pacotinho".

Já fala várias palavras e parece entender muito bem o significado da palavra "não" quando é você quem a pronuncia. Entretanto, quando é lançada a você como forma de advertência... Meu Deus! Quanto drama! rsrs

Por falar nisso, além de tantas outras semelhanças comigo, descobri que você também fala dormindo. Acho que foi durante a madrugada de ontem ou de ante-ontem que, enquanto obviamente todos dormiam, você simplesmente gritou um sonoro "NÃO". Acordei assustada, mas só para confirmar que você continuava em sono profundo. Que susto!

Outro dia você foi passar o dia com o seu pai e, quando voltou para casa, não queria vir comigo de jeito nenhum. Isso me entristeceu um pouco. Me fez pensar em suas escolhas futuras. Me fez pensar que um dia eu posso te perder por escolha sua.

Não digo sobre você decidir ir morar com o seu pai ou não... Me fez pensar em quando for para a faculdade ou se casar.

Ah filha! O tempo é implacável e ele vai chegar para nós. Sei que por enquanto só preciso me preocupar com os tombos que você vai levar enquanto aprende a caminhar, mas não sei se algum dia estarei preparada para te ver tomar os tombos que a vida e o tempo dão a quem decide caminhar e viver.

Sei que ainda é cedo para me preocupar com isso, mas acho que quando o seu primeiro namoradinho brigar com você por qualquer besteirinha que seja, vai ser você quem vai ter que me consolar. rsrs

Às vezes eu só queria ficar com você por um tempo maior no meu colo, em meus braços, "de baixo das minhas asas", te protegendo e te guardando mas, como eu disse, o tempo é implacável. De repente o chão ficou mais atraente do que o meu colo e eu me vejo te pegando nos braços quando você dorme, segurando com um pouquinho mais de força, rezando para que o tempo pare para que eu continue com o meu "pacotinho". Mas ele não para, não é mesmo?

Espero que um dia me perdoe por todas as escolhas erradas que fiz (e que ainda vou fazer, porque não se pode acertar sempre) tentando acertar com você e por talvez não ter sido a melhor mãe que alguém pode ser/querer, por ter brigado ou gritado quando não era realmente necessário e por talvez tê-la protegido em demasia de tudo quanto fosse possível proteger.

E espero que antes de perdoar, possa entender que foi tudo por amor. Por amor a você.

Eu te amo Fernanda! Nunca, NUNCA duvide disso.