PUNHALADA FATAL
PUNHALADA FATAL
As palavras soaram tenebrosas com o amargor de quem as disse
Como punhal que fere e abre a ferida em seguida... Sangrou.
Tateei no ar como um corpo que cai e cambaleei como se dali partisse.
Levando nas ombreiras a infeliz desdita do ódio e do viril rancor.
Cravara em mim a insensatez que empunhavas acima da tua cabeça
Uma arma mortal que destrói os menores resquícios de humildade
Crueldade apavorante de quem se consome cego, nas chamas acesas.
Desespero brutal, inconformismo, a decisão diante da verdade.
Mal sabe a dor que a si própria engendrou neste turbilhão de orgulho
Insatisfação do que tem, soberba infame que a si mesma pune.
Mão silenciosa do destino disciplinando na carne as vaidades da alma.
Repudiou o orvalho que como maná desce, fez do pão grotesco entulho.
Inverteu prioridades, o irracional fez-se alimento e o amor virou estrume
Este ser a perambular em trevas, coração estendendo a palma.