Andrei Magno , meu amor !

Há quase dezoito anos atrás minha vida foi marcada por um triste fato. Eu estava a espera de uma dádiva maravilhosa; meu primeiro filho. Uma gestação maravilhosa, tranquila até completar sete meses.

Em um dia de segunda - feira , 21 de janeiro de 96 , amanheci com enorme vontade de comer um feijão tropeiro com pequi ( fruto da minha região). Foi então que fui à feira comprar os ingredientes para o preparo do alimento desejado. Entretanto, algo inesperado iria acontecer e que não permitiria que eu saciasse o meu desejo de comer aquela refeição. Foi quando a meia - noite de 21 para 22 de janeiro, dormindo, senti uma sensação estranha, era como se estivesse fazendo xixi. Não entendia o que estava acontecendo. Chamei meu esposo, pois aquela situação persistia em continuar. rompemos a noite acordados e, na madrugada, ligamos para minha mãe e explicamos o que estava acontecendo. Então, fui para a casa de minha mãe, e com a experiencia que tinha foi me preparando dizendo que poderia ja ser a hora do parto.

Naquele momento fiquei preocupada ainda mais, pois ainda não era a época certa do nascimento. Decidimos , então, irmos ao médico. Lá, foram feitos todos os procedimentos adequados, o médico aplicou medicamentos para tentar segurar o bebê. Voltei para casa e fiquei de repouso, mas como tudo na vida é permissão de Deus, à meia noite do dia 22 para 23 de janeiro, entrei em trabalho de parto. Naquele momento nascia um belo menino, com quase 50 cm e com 2.750 kg . Era um garoto que parecia ter sido desenhado a pincel.

Entretanto, como disse, nada na vida acontece sem permissão de Deus, naquele momento me lembrei de um sonho que eu havia tido quando estava no 5 mês de gestação. No sonho meu filho nascia aos sete meses de gestação e com 48 horas ira a óbito. O desespero então tomou conta de mim. Foi ai que os médicos disseram que o bebê teria que ficar na incubadora. Me desespero aumentou. Foram momentos tensos e de muita aflição. Eu recebi alta do hospital, mas meu bebê teve que ficar.

passando algumas horas do nascimento, veio a noticia de que meu bebê teria que fazer alguns procedimentos, segundo os médicos ele estava com pneumonia. Eu em desespero. Fiquei aflita, Meus familiares já não estavam mais colocando a par de toda a situação. E , então, na dolorosa manha do dia 26 de janeiro de 1996, eu recebo a triste e cruel noticia do falecimento de meu pequeno, que nem mesmo cheguei a amamentar. Quase enlouqueço. Minha vida , naquele instante estava faltando uma parte.

Fiquei por muito tempo vazia, triste, o mês de janeiro para mim era como se não existisse, não suportava ver chegar a época. Foi muito cruel . E muito doloroso uma mãe se preparar para a chegada de um filho e não ter a oportunidade de acariciar, de amamentar . Eu não entendo como pode ter pessoas que geram uma criança e, ao nascer, abandonam pelo mundio a fora. Não entendo.

Saudade profunda de meu Grande amor , meu filho primogênito , que não tive a alegria de criar, cuidar e educar.

TE AMO ANDREIA MAGNO!

Andreia Rego
Enviado por Andreia Rego em 25/12/2013
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