Num domingo qualquer...

É em dias como esse, com cara domingo, que eu penso nas mil coisas que eu poderia estar fazendo agora, se eu não tivesse te conhecido.

Talvez eu estivesse com menos medo desse tempo frio e solitário.

Ou então quem sabe eu estivesse menos machucada, menos assustada, menos arrependida.

Eu acho que estaria agora lendo um livro mamão com açucar e estaria com o coração em paz.

Mas não, F., eu te conheci.

Num dia desses, em que as pessoas estão desarmadas, vc veio e arrancou-me a dor.

E junto com a dor, levaste minha alma...e deixaste apenas o gostinho da esperança.

Deixaste um coração sangrando, mas certo de que poderia amar de novo, de uma forma mais verdadeira.

E aí, F. , como eu fico agora, aqui, sozinha?

Eu te bani da minha vida e agora estou aqui, pagando pela minha enorme e idiota capacidade de boicotar qualquer momento feliz que eu possa ser merecedora.

Mas o fato é que eu te deixei ir, te vi fazer a curva fechada, quase subindo na calçada e atropelando quem estivesse na frente.

Tudo por que estavas inconformado.

E eu sabia, F. E mesmo assim te deixei partir.

Com o gosto amargo do arrependimento, eu passo este falso domingo a espera do preenchimento.

Da parte de mim que levaste embora.

Do pedaço de mim que eu te entreguei e esqueci de pegar de volta, F.

Não, eu sei que já é tarde demais. E não escrevo pra pedir nada de volta.

O que levaste de mim, agora é teu, é da minha foto que ainda guardas, é das minahs coisas que ficaram com vc, é da tua vida.

E me use, F., sempre que tiveres desistindo de algo que quiaseres muito.

Lembre de mim e vá atrás, mesmo que seja daquilo que sempre te escapa das mãos.

E nunca esqueça, que nessa batalha somos dois perdedores: eu pq te eliminei dos meus dias como quem joga fora o jornal velho, e vc, pq aceitou e acatou minhas ordens, como quem obedece a ordem de um pai. E eu jmais me perdoarei por isso, e eu jamais te perdoarei por ter me deixado ir.