São 3 horas e 38 da manhã, o dia se prepara para começar, amo ver a cidade acordando! É domingo. Ouvi uma música antiga no rádio e esta me remeteu ao passado, que trouxe sentimentos, um deles saudade.

A saudade para mim é quando sentimos ausência do amor, e fiquei pensando sobre o amor, que raio de sentimento é esse que nos move? Se sofremos é porque amamos, não é? Amor é um sentimento misterioso, difícil, que nos liberta a alma, e nos faz ver beleza, mas que também aprisiona. (Será?) Como não tinha uma definição recorri ao dicionário “Larousse Cultural” pra tentar entender, e lá, para a minha surpresa, havia várias definições, tem até um planeta com esse nome! Mas a definição que eu mais gostei foi essa: “ sentimento que predispõe as pessoas desejarem o bem de outrem, ou de alguma coisa.”

Vejamos... Será que nós vivemos isso? Ou o dicionário se enganou? E mesmo aqueles que dizem amar? Vivem? Observando o mundo de hoje percebo que olhamos pouco para o próximo como nosso semelhante, e que isso é uma arte! A base fundamental do cristianismo que é de: “amar ao próximo como a si mesmo” está ao longo da história da humanidade sendo ignorado e provado que não vivemos algo assim. E chego à conclusão que isso se tornou a cada dia um desafio a ser conquistado.

O sentimento que denominamos “amor” é sentido e vivido daquilo que é fácil e belo para os nossos olhos, como por exemplo: amamos nossos pais, irmãos, amigos, pessoas que nos tratam bem, amantes e etc.

Enquanto estou aqui amando o belo, tem uma guerra acontecendo, por exemplo, que aparentemente é distante, mas que nos atinge ao pensarmos que aquelas pessoas que estão morrendo são nossos semelhantes, e que o sentimento que move uma guerra habita em nós, que é a raiva, ganância, poder, inveja, são sentimentos humanos, limitados e porque não dizer? Primitivos! Que inconscientemente nos aflige todos os dias, ou seja, a guerra habita realmente em nós! Quando um conjunto de pessoas com poder nas mãos tem em seus âmagos esses sentimentos, e se juntam uns contra os outros, além de proliferar tais sentimentos os resultados são  catastróficos.

Um outro exemplo simples da falta de amor e que está mais próximo de nós: O gari acaba de varrer a rua, uma pessoa vai lá e joga lixo aonde o gari acabou de varrer, alguém com mais consciência chama atenção do elemento que jogou o lixo, e logo este pronuncia a seguinte frase: “- Ele é pago para isso!” Além de dizer tal absurdo, ainda se acha certo ! E eu pergunto: Com essa vivencia limitada de amor que temos como desejar um mundo melhor? Se cada um fizer a sua pequena contribuição, seja, jogar o lixo no lugar certo, pensando na pessoa e no trabalho do outro, porque creio que nascemos pra isso, para cuidarmos uns dos outros, será um grande passo para harmonizar tudo ao redor, os resultados serão visíveis no meio ambiente, na nossa vida pessoal, pois a ignorância começará a ser erradicada.

Penso que o mundo sofre porque somos “ignorantes de amor”. Agora feche os olhos e imagine o mundo sem ignorância... Quantos conhecimentos e povos não se extinguiriam, por exemplo: Maias, Incas, Astecas, não saberíamos o que é escravidão, dominação, maldade e ainda teríamos a biblioteca de Alexandria e outras tantas maravilhas que perdemos em nome da ignorância e para finalizar, provavelmente eu e você não nasceríamos, porque somos fruto disso. (aceite! Nós somos).

Voltando ao começo, amar o que é belo é bem mais fácil, a pressa atropela o amor, que necessita de tempo, convivência, consciência, mas nesse mundo caótico de neura coletiva e de informações rápidas, é preferível a praticidade da paixão, que somente está ligada ao sentimento e ao extinto, quando o pensamento aparece, num minuto ela acaba, afinal... A graça está em conquistar, que é a palavra de ordem, já manter a conquista... requer pagar um preço que nunca está se disposto a pagar, pois os pensamentos e ideias do outro quando afloram, e se vê as diferenças, e raramente estes pensamentos e ideias estão em sintonia, eis que surge o termo: “diferenças irreconciliáveis”.

 No geral apaixona-se por aquilo que é deficiente em nós, ou seja, aquilo que nos falta, como a segurança em nós mesmos, por exemplo. Pois, esperamos que a outra parte nos supra, nos dê proteção, e isso é algo fadado ao fracasso. Para amar de verdade alguém, temos que nos bastar.

 Amor é uma palavra pequena, mas que tem um significado grandioso! Não morre, não dilacera, e nem cobra nada, apenas confiamos e procuramos fazer o melhor, sem se preocupar em modificar o que somos e o outro não cobra isso, apenas cada um é amado do jeito que se é.

 Homossexual, heterossexual, num mundo de amor isso é uma bobagem! A orientação sexual não teria definição, só importaria amar e pronto! Não haveriam traições, nem rótulos, nem promiscuidade, muito menos hipocrisia, pois os hipócritas tem inveja daquilo que eles não têm coragem de fazer ou viver, e se dizem chocados com coisas que eles desconhecem. O pensamento maléfico dessas pessoas é construído numa cultura fundamentada pela ignorância, que criou “um amor” no qual se dita o que é permitido e o que não é permitido, ou seja, regras para o amor, das quais eles se reprimem como podem, criticando e vigiando o comportamento alheio. Só um aviso aos hipócritas: para amar não é necessário permissão! Nem regras, apenas ele acontece e nos escolhe, e pronto!  Felizes os que têm a alma desnuda para o amor!

Enfim, o amor é fundamentado no respeito ao próximo, no esforço de viver aquilo que o Cristianismo prega : “ amar ao próximo, como a si mesmo” se não somos capazes de amar nem a nós mesmos, como amar o outro? Só assim, construiremos um mundo de paz, que começa dentro de nossas próprias casas. Na forma que nós vivenciamos o amor legítimo. Deus do céu ! Como é difícil amar!!!

A música que eu estava ouvindo quando comecei a escrever este texto terminou algumas horas atrás, mas como me baseei na saudade, tenho que terminá-lo falando sobre, e afirmar: Que única coisa chata, “ruim”, que o amor trás é a saudade, mas tem a compensação que é a melhor coisa para se matar. Aliás, matar saudade poderia se tornar um hobby.

 
 
Well..o sol já nascer, o galo da vizinha já começou a cacarejar. Vou assistir a cidade começar uma “nova rotina”. 
Priscylla de Lêu
Enviado por Priscylla de Lêu em 17/08/2014
Reeditado em 17/08/2014
Código do texto: T4926523
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