Luz

Quem me dera tê-la intacta a cada hora.

Provar da paz imaculada em pleno martírio. Içar tua cama num tesão latente sob o facho incandescido de um amor louco: congelando a espinha, invadindo a retina, clareando o âmago e refulgindo o frenesi de uma vida quase extinta. Sorrir, chorar. Voar a esmo pousando em teus sonhos, morrer de leve galgando em delícias. Viver alternando em prato morno, frio. Pra depois ficar quente e esfriar novamente e voltar a ser quente. Algo estranho, cíclico. Benéfico.

O pavor desta ausência me brota um campo neutro. Um limbo no qual me escondo, crio e cresço em busca de seu toque. Posso solve-lo a qualquer momento, mas com qual finalidade? Lá fora tudo continua igual, igual, igual.

Escrevo sabendo que a cura reside em ti, baby. Farol de um mar que o destino resguardou em autêntica anarquia na única trilha além do interior. Luz. Você, tudo. Às vezes me sinto idiota em dizer tais coisas, talvez eu esteja fazendo tudo da pior maneira impossível (será?).

você sabe... Sou intenso demais e não quero e nem consigo ser diferente. Fascismo? Prazer, Mussolini. E quando finalmente nos reencontrarmos, haverá um brado tão fundo capaz de queimar o tempo e unir dois mundos.

EU TE AMO!

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 19/12/2014
Reeditado em 19/12/2014
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