CONSTRUINDO

Por vezes quando volto aos domingos da casa da minha namorada presencio um grande caminhão levando porcos, certamente para o abate. Frágeis criaturas apertadas em gaiolas de ferro, talvez saibam ou não do seu triste fim. Criadas numa vida inteira de miséria, escravizadas pelo bel prazer do Homem. Droga! Eles não são um bacon, não são um lombo, eles não são comida.

O que há de tão difícil pra entender? Que mundo ilusório nós vivemos? Nos apropriamos da vida alheia e brincamos de Deus ou de diabo; qualquer que seja a nossa estupidez é mesquinha demais para continuar sem entender a liberdade. Demos ao livre arbítrio uma justiça humana e desequilibramos a verdade que agora mora entre uma palavra e outra ao invés de residir na própria natureza de verdade.

Somos infelizes Homens que andam pela Terra fazendo caso e descaso segundo nossas paixões e nisso tudo erramos feio e só poderemos alçar ao céu quando tivermos a compreensão larga e ampla do amor, indescritível no vocabulário dos povos.

E enquanto o caminhão segue, passo ao lado como uma formiguinha trabalhando para um mundo vegano.