Sorriso Falso

É como a primeira vez o primeiro olhar em seu sorriso,

o palco sagrado de um templo passado, avermelhado,

cachos e lábios que despertaram os desejos da amizade e de um sorriso cheio de segredos sagrados;

é como da primeira vez,

as doces palavras de ingenuidade que contrariou todo o tempo alimentando um sonho lúdico com muitas promessas;

as marcas, sonhos, beijos, ser livre para caminhar em lembranças

e fazer correr sobre o rosto um cristal de gosto amargo,

que ao cair não se quebra,

se espalha como sementes que germinam e faz brotar a esperança,

seu beijo agora diferente,

o seu sorriso amadureceu.

É como da primeira vez

o calor dos braços apertados sem ao menos desejar romper

a saudade, os desejos, o perfume;

o perfume da sua pele,

e quando guardamos a nossa máscara

poucas coisas diferem nossas fragilidades

e abrem espaços para a imperfeição.

Talvez infringimos as regras do amor!

Acredito nas palavras repetidas e nas mentiras.

É como a primeira vez

sentar-se ao seu lado e ver que o cenário em volta mudou,

e as fotografias não são as mesmas;

um cachorro a menos,

a calçada esta rachada,

o tom avermelhado desbotou e esta sobre a pintura do carro

e a sua idade não é mais a mesma,

é como a primeira vez.