A CANÇÃO DA SAUDADE ETERNA

A CANÇÃO DA SAUDADE. . . ETERNA

Meu pai. . .eu não ouvi seu grito de dor, nem mesmo limpei seu pescoço ensangüentado, não vi a terra cobrindo seu corpo nem disse adeus, quando aos céus foi levado.

Sabe pai, a gente nasce e logo cresce, e em alguns momentos de você se esquece, esquece o pouco que ainda há pra se lembrar esquece que a derrota não é motivo para chorar.

E eu . . . , eu que nem ao menos conheci o tom de sua voz, que te conheço por uma foto, já muito amarelada, foto que um dia eu vi. em sua catacumba, com minha face molhada, vi sua face, empoeirada.

Pai, eu não cobri seu caixão de flores, não segurei sua mão na hora da partida, eu nem sabia o que o mundo estava levando eu nem sabia que era você que estavam enterrando.

Se posso dizer que sei muito de você, é porque sei como estava em seu caixão mas não recordo do seu rosto ou de seus cabelos apenas tinha as mãos postadas sobre o coração.

Naquele dia não chorei, não entendia, ninguém me disse que era meu pai que eu perdia, portanto foi tão distante, e eu só vivia, sem descobrir que o meu amor você merecia.

E agora, próximos estamos ao Dia dos Pais, queria te dar o muito do pouco que eu tenho, não vai ter festa, e nem presentes, só eu chorando e algumas flores, ao cemitério, vou te levando.

Apesar de tudo, foi maravilhoso, pai. . . Fiquei tão contente quando soube que eras boêmio, e que cantava na madrugada, quando alguém pedia por isso eu sinto, não estamos distantes e sim unidos na canção triste, na poesia, na madrugada, na boêmia.

E se alguém me perguntar por que canto na noite direi apenas que canto a alguém que não verei jamais, canto o amor e a saudade que do meu peito sai canto chorando ao adeus mudo, de meu eterno pai.

Dayane Cavalcante
Enviado por Dayane Cavalcante em 11/06/2007
Reeditado em 11/06/2007
Código do texto: T523039