DIÁRIO DE UM MENDINGO

Meu amor,depois que você me deixou,a vida me deu um grande golpe.

Perdí familía,emprego,casas,carros,saúde,dinheiro e a felicidade,e ao mesmo tempo apresentou-me a solidão,angústia e aflição.

Me obrigaram sorrir,quando eu chorava,me vestiram de palhaço em meio a tristeza.

Não colocarei datas,pois para mim todos os dias são iguais,e as noites invisiveís.

Batendo de porta em porta,encontrei muitos carações,bons e ruins.

Bati na casa do pobre que minha fome mátou,e na casa do rico então me humilhou.

Vejo a vida enrolada em papelão,alegria embrulhada em jornais,misturado ao lixo se encontra o sorriso,e nas latas enferrujadas a ilusão.

Ja fiz cama no meio do lixo,e na lama já me banhei,molhado em lágrimas ja dormi,e delirando então acordei.

Andei tanto,agora só quero voar,estou cansado do desprezo que me faz chorar.

Quanta vezes o orvalho zombou de mim,meu sofrimento parece não ter fim.

Camufládo entre belíssimos jardins,a floreíra não frutíficou.

O pasado não se lembra de mim,o presente parece não ter fim,o futuro parece fugir de mim.

Abracei tanto o silêncio e pela solidão me apaixonei.

Conto os dias como o corte da navalha,e nas asas da borboletas vejo camuflar a muralha.

Sei que um dia irei acordar do sonho,em um rei me transformar,e num lindo castelo morar,vou ter felicidade,megulhár em alto mar.

Não mas serei abandonado,viverei um amor sem fim.

Assim sáberei um dia,DEUS não esqueceu de mim,sei que um dia esse diário,não vai terminar assim.

GERSON

NOITE ILUSTRA